“Maior” não quer dizer necessariamente “melhor”. Mas Deu a Louca do Mundo, 60 anos depois de seu lançamento, continua sendo um marco na história das comédias. O diretor Stanley Kramer era conhecido pelos seus filmes sérios e polêmicos. Quando resolveu partir para um filme cômico, entregou ao público uma megaprodução com três horas e meia de duração. It’s a Mad Mad Mad World fez um enorme sucesso.
Kramer chamou praticamente todos os maiores comediantes de Hollywood ainda vivos na época: Milton Berle, Sid Caesar, Ethel Merman, Mickey Rooney, Buddy Hackett, Terry-Thomas, os Três Patetas, Joe Brown, Buster Keaton, Carl Reiner, Jimmy Durante. Jerry Lewis, no auge da popularidade, aparece por menos de um minuto. Outros, não puderam comparecer ou não toparam o convite – Charlie Chaplin, Stan Laurel, Lucille Ball, Groucho Marx, Peter Sellers, Bob Hope, Mae West, etc.
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A história é muito simples: um golpista sofre um acidente numa estrada. Os ocupantes de quatro veículos vão ajudar o acidentado. Como ele está para morrer, tem um último ato de generosidade: revela que tem um monte de dinheiro enterrado num parque da (fictícia) cidade de Santa Rosita. E então se inicia uma corrida alucinada em direção ao parque, todo mundo atrás da fortuna.
Deu a Louca no Mundo é uma comédia baseada em caos e destruição. Continua muito engraçada. Mesmo quando o roteiro (do casal William e Tania Rose) não dá conta, o elenco é tão bom que segura a onda. Alguns se destacam especialmente, como Phil Silvers (no papel do penetra Otto, sem nenhum traço de caráter) Jonathan Winters (o invocadíssimo motorista do caminhão), Ethel Merman (a sogra infernal) e Dick Shawn como Sylvester, o playboy com um grave caso de complexo de Edipo. Sua alucinada dança com uma namorada já entrou na história dos momentos inesquecíveis da cultura pop:
Hoje, Deu a Louca no Mundo está disponível na Amazon Prime com imagem completamente restaurada, som 5.1 e a mesma proporção do original em Cinerama, com a tela ultra larga. Serve como uma boa lembrança do tempo em que o humor era livre da castração da correção política.
Valeu a dica. Vou assistir. De novo.
Muito bom apesar de um pouco exagerado na finalização .