Os conflitos geopolíticos diante da guerra entre a Rússia e Ucrânia ganharam espaço no Festival de Berlim, na noite desta quarta-feira, 19. A Berlinale apresentou o documentário Timestamp, dirigido por Kateryna Gornostai — o primeiro filme ucraniano na competição em mais de 28 anos. Na coletiva de imprensa, os holofotes foram dirigidos a Borys Khovriak, soldado ucraniano que é uma das figuras-chave no documentário que descreve como a guerra afetou a vida de alunos e professores. Ex-professor, Khovriak foi convocado para o exército nos momentos seguintes à invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022. Khovriak compareceu à coletiva vestindo o uniforme militar.
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“A cada 100 anos, a Rússia tenta destruir a cultura ucraniana e destruir o estado ucraniano”, disse o soldado. Quando questionado sobre os recentes comentários do presidente norte-americano Donald Trump a respeito da guerra, Borys Khovriak ressaltou que a Federação Russa deve ser empurrada para além das fronteiras internacionalmente reconhecidas, e que o exército deve defender a Ucrânia acima de tudo. “A única saída é vencer esta guerra”, disse Khovriak.
Donald Trump usou sua própria plataforma de mídia social, o Truth Social, para definir o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky como “um ditador”. Em tom ameaçador, Trump escreveu que “é melhor agir rápido” ou “não terá mais um país”, dirigindo-se a Zelensky sobre sua insistência em levar adiante uma guerra perdida, que vem sacrificando milhares de pessoas há três anos.
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A diretora de Timestamp, Kateryna Gornostai, não compareceu à Berlinale porque deu à luz há apenas dois dias. Ela foi representada pelas produtoras do filme, Olha Bregman e Natalia Libet, e pelo montador Nikon Romanchenko, que também é marido de Gornostai. Romanchenko disse aguardar que ela compareça à estreia mundial na noite desta quinta, 20. “Espero que ela consiga e possamos trocar de lugar, e eu estarei com o bebê”, disse. A produtora Natalia Libet encerrou a conferência de imprensa elogiando a equipe do filme por seu trabalho. “Timestamp é sobre o futuro. Ainda acreditamos que podemos ter um futuro feliz”, disse.
O mundo livre torce pela Ucrânia. Tiranos devem ser destruídos por completo.