Em 26 de novembro de 2008 dez terroristas paquistaneses do grupo islâmico Lashkar-e-Taiba desembarcaram na cidade de Mumbai, na India. O objetivo deles era basicamente espalhar o terror num nível inédito de barbárie. Durante três dias eles atacaram uma estação de trem, dois hotéis, um café, um hospital, uma comunidade judaica, um cinema, um colégio e uma rua próxima ao jornal Times of India. No dia 29 eles já tinham matado 164 pessoas ao acaso e ferido pelo menos 308.
Entre os vários filmes inspirados por esse atentado, “Atentado ao Hotel Taj Mahal” (2019, na Netflix) é o mais ambicioso. Ele mostra aqueles terríveis dias do ponto de vista de alguns personagens, como um casal de turistas americanos, um famoso chef e um funcionário heróico do hotel. No elenco estão Armie Hammer e Dev Patel.
O filme é muito realista porque foi baseado em centenas de horas de entrevistas com sobreviventes e testemunhas. Uma das bases do roteiro são os diálogos por celular, todos captados pela inteligência indiana, entre os terroristas e seus chefes no Paquistão.
Este é um filme extremamente tenso, dirigido por Anthony Maras e escrito por Maras e John Collee. Mostra um dos atentados mais terríveis do século, em que o objetivo final era matar o maior número de pessoas indefesas. No meio da carnificina, há um aspecto redentor, notado pelo diretor Maras:
“Havia mais de quinhentas pessoas presas no cerco do Taj Hotel. Que todos, exceto trinta e dois, tenham sobrevivido é quase um milagre. Das fatalidades, metade eram membros da equipe que permaneceram para proteger seus hóspedes. Isso é uma prova do extraordinário heroísmo, engenhosidade e auto sacrifício tanto dos membros da equipe quanto dos hóspedes.”