Edifícios também nascem, crescem e, na maioria morrem de demolição. Possuem uma vida própria, com moradores entrando e saindo. Dois livros – em inglês – tratam grandes edifícios de Nova York como seres vivos.
740 Park, de Michael Gross, conta a história de um edifício icônico da Park Avenue aberto em 1930 com 19 anos. Ali se estabeleceu a velha aristocracia novaiorquina – os Rockefeller, os Vanderbilt, familias que enriqueceram no final do século 19 com a expansão das ferrovias e a exploração do petróleo.
O livro é uma delícia para os voyeristas, mostrando a intimidade dos muito ricos vivendo em duplexes gigantes, com 37 quartos, 14 banheiros e 11 lareiras, decorados por quadros de Velasquez e Van Gogh. Novos ricos – como a cantora Barbra Streisand – foram proibidos de adquirir um de seus apartamentos.
Com toda sua história, hoje o 740 Park Avenue é apenas mais um edifício discreto numa região de Manhattan que já conheceu dias melhores. Outro livro, Billionaire’s Row, escrito pela jornalista Katherine Clarke, do Wall Street Journal, mostra outra geração de construções. São prédios gigantescos como o Cental Park Tower, com seus 131 andares e 432 metros de altura.
Esse “quarteirão dos bilionários”, ao contrário do 740 Park, aceita qualquer um – desde que tenha muito dinheiro. Magnatas do Oriente Médio, oligarcas russos, estrela do rock, são todos bem-vindos desde que paguem seus condomínios em dia. (Se você estiver interessado, existem unidades à venda com preços que vão de 6,5 a 29,5 milhões de dólares e taxas de condomínio que chegam a 10.437 (cerca de 50 mil reais) mensais.
O livro de Katherine Clarke descreve a mudança do perfil do mercado imobiliário de Nova York, onde um imóvel é investimento garantido para a elite do mundo. E um sonho para o resto de nós.