Missão Impossível foi uma série de TV criada em 1966. Trinta anos depois, Tom Cruise passou a estrelar e produzir uma versão para cinema que foi ficando cada vez melhor. Seu auge foi o filme M:I Fallout, de 2018, que atingiu um grau de qualidade em termos de filme de ação difícil de ser superado.
Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um, lançado este ano (e agora disponível para aluguel pela AppleTV) comete uma série de erros. Um deles é apresentar uma produção de duas horas e 43 minutos que termina com um “continua na parte 2”. É muita coisa, fica difícil para o espectador não se cansar com essa duração.
Acerto de Contas Parte 1 tenta juntar pontas soltas de vários episódios, o que resultou num enredo meio confuso, com personagens demais, alguns dos quais temos uma vaga lembrança de quem seja. O plot central também é difícil de engolir – a luta pelo domínio uma chave (literal) capaz de dominar o mundo, em mais uma fantasia paranoica sobre a Inteligência Artificial. A produção foi bem complicada por causa da pandemia de Covid.
O filme decepcionou nas bilheterias do cinema, arrecadando 567 milhões de dólares. É muito dinheiro, mas este é um dos filmes mais caros já feitos, com um orçamento de US$ 291 milhões. A meia hora final vale o preço do aluguel, com o já famoso salto (real) de Tom Cruise de um precipício com sua moto e uma luta de tirar o fôlego no interior (e exterior) de um trem. Uma das coisas boas deste filme é que Tom Cruise não tenta disfarçar que está com 61 anos. Seu personagem Ethan Hunt às vezes parece meio perdido no meio das lutas e correrias, dando um certo tom cômico ao filme. Vamos torcer para que a Parte 2 seja mais curta e objetiva.