A mulher feminina é delicada e possui bons modos; ela é discreta ao falar, vestir-se e comportar-se; cuida da sua aparência e postura, sem jamais se insinuar com vulgaridade.
Essa lista de regras parece ter saído de revistas femininas da década de 1950, que ensinavam as mulheres a se comportarem dentro e fora do ambiente doméstico. Mas, na realidade, são um compilado atual de dezenas de perfis de coaches, filósofos e psicólogos nas redes sociais. Todos eles são voltados para o resgate da feminilidade, um novo anseio da mulher moderna.
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Com 2 milhões de seguidores somente no Instagram, o teólogo, filósofo e psicanalista Lucas Scudeler é especialista em comportamento feminino. Segundo ele, toda mulher deseja ser “elegante, graciosa, nobre e sagrada”. No entanto, essas características intrínsecas ao universo feminino foram “reprimidas e apagadas por programações sociais”.
O psicanalista explica que a sociedade está marcada por uma inversão de polaridades, intensificado por movimentos sociais feministas e um mercado de trabalho competitivo, que tornaram as mulheres altamente masculinizadas.
“As pressões e expectativas impostas pela cultura moderna fizeram com que a energia masculina predominasse na vida das mulheres, que acabaram deixando de lado a beleza, a graciosidade e a feminilidade”, analisou Scudeler, que já vendeu cursos em sua plataforma para mais de 20 mil mulheres. Todas elas buscavam se portar com mais “leveza” e retornar à sua essência.
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Para ele, isso trouxe muitos prejuízos à própria mulher, a qual se sente mais cansada, desgastada e perdida.
“Por isso, ela procura por uma essência que, muitas vezes, nem sabe como resgatar”, diz o filósofo. “Ao nutrir sua feminilidade, ela estará se reconectando consigo mesma e resgatando sua missão no mundo, que é embelezar sua vida e tudo em volta.”
“Mulheres indestrutíveis”
A professora de filosofia Natália Cruz Sulman aponta outro fator que pode estar masculinizando as mulheres. Ela acredita que a representação de “mulheres indestrutíveis” está na moda.
“A feminilidade está cheia de independência, assertividade e sucesso, em um mundo onde a mulher é capaz de resolver todos os seus problemas”, observa a filósofa.
Natália busca no cinema uma referência que simboliza as melhores qualidades da psique feminina, ou seja: doçura e beleza.
“Embora viva num ambiente hostil — o reinado da bruxa —, a Branca de Neve não se deixa contaminar por ele”, exemplifica a professora. “Assim, o seu desafio é perceber que a vida é dura, mas, ainda assim, conseguir resistir à tentação de tornar o seu interior ríspido, tal como o exterior. Porém, cabe à princesa (ou à mulher atual) preservar a sua delicadeza e sonhar com uma realidade melhor, em vez de imitar as más características do mundo.”
Quanto à beleza, continua Natália, a história mostra que esta não se trata apenas dos traços físicos e roupas elaboradas, mas também da “postura do corpo e pureza da alma”.
E foi justamente esse entendimento que tornou a enfermeira Cristina Ramos, 39, uma mulher mais “feminina e leve”. Sempre preocupada com o corpo e a forma de se vestir, ela compreendeu que precisaria desenvolver melhor outras qualidades.
“Ao descobrir, há cerca de um ano, alguns perfis voltados à feminilidade, e começar a estudar sobre o assunto, me dei conta de que, inconscientemente, seguia muito bem a cartilha do movimento feminista: era durona, por causa do trabalho, e levava essa postura ríspida para a vida e para os meus relacionamentos familiares e amorosos”, relata a enfermeira.
Hoje, ela percebe que “o verdadeiro encanto da mulher não está apenas na beleza da forma ou do aspecto, ou na realização e força profissional, como acreditava antes, mas no espírito manso, na paciência, espiritualidade, generosidade, bondade e na prontidão para fazer algo pelos outros, atributos que eu havia, de certa forma, perdido”.
Ela destaca que essa nova forma de viver não a deixou mais vulnerável. “Pelo contrário: tenho mais bom senso no trato com as pessoas, valorizo mais minhas particularidades femininas e, portanto, me sinto ainda mais forte”, comemora.
O papel do feminismo na insatisfação das mulheres
As correntes de pensamento feministas e a militância quase onipresente — especialmente na educação — fizeram a mulher querer ser “empoderada”, principalmente em relação aos homens. Mas poder e felicidade não são sinônimos.
“Se o feminismo estivesse certo em suas análises sobre o que a mulher deveria ser e fazer — de um jeito masculino —, então, deveríamos estar experimentando um aumento da felicidade feminina; no entanto, os estudos nos mostram o contrário”, destacou Vanessa Chaves, dona da página Simples e Bela.
O perfil conta com mais de 300 mil seguidores e ministra cursos para mulheres que desejam ser mais femininas.
Vanessa lembra de um estudo científico, “O Paradoxo da Felicidade Feminina”, de David Blanchflower e Alex Bryson, os quais mostram que as mulheres costumavam relatar mais bem-estar que os homens. Entretanto, nas últimas décadas, esse cenário se inverteu, com os homens relatando mais bem-estar do que o público feminino.
“As mulheres estão mais infelizes, menos satisfeitas com aspectos da sua vida e com mais dificuldade de encontrar paz, calma e vigor”, dizem os estudiosos David e Alex.
Para Vanessa, “chega um momento na vida da mulher que ela cansa de ser a guerreira que dá conta de tudo; então, passa a ter questionamentos internos, iniciando um processo de inquietação”. “É aí que seu coração se abre às verdades esquecidas sobre a feminilidade”, acrescenta.
O “peso” da maternidade
Essa inquietação foi libertadora para a dona de casa Isabelle Cordeiro Sansone, 36. Casada há 11 anos e mãe de três meninas, ela relatou a angústia que sentia por se dedicar integralmente à família e estar fora do mercado de trabalho.
“Algumas amigas e parentes me cobravam e até pressionaram para que eu voltasse a trabalhar”, diz Isabelle. “Passei a achar que a tarefa doméstica era indigna e inferior, então, comecei a ficar amargurada e mais ríspida com todos.”
Ela conta que depois de encontrar nesses perfis das redes sociais relatos de mulheres que eram mães e esposas felizes, encarou sua função de maneira mais tranquila e feliz. “Percebi que essa vida podia até desagradar as feministas, mas fazia de mim uma mulher completa e feliz”, diz.
Mas o que a maternidade tem a ver com a feminilidade? Vanessa Chaves explica que é impossível ser feminina sem aceitar o dom maternal.
“Acolher, nutrir, gerar, amar e se doar são características do feminino e que são vivenciadas de forma intensa com a chegada dos filhos, e muitas mulheres passaram a ver essa função tão bela e inerente ao feminino como um peso e um castigo”, esclarece Vanessa. “Quando uma mulher se torna mais feminina, ela passa a amar a maternidade. Além dela mesma, sua família é a maior beneficiada com essa mudança.”
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Parabéns às mulheres que estão pensando desta forma nos dias atuais. De fato sumiu a mulher feminina, escafedeu-se. Movimento feminista? Uma aberração total em desfavor das próprias mulheres.
Como me sinto feliz em ver que existe este movimento que busca trazer a mulher na sua essência completa.
Sou sessentão e mesmo assim tinha e tenho muito receio em simplesmente elogiar uma mulher mais nova, eu disse ELOGIA-LA e ser encarado como uma cantada, e por aí o besteirol todo.
Uma vez elogiei os olhos lindos , de um azul estonteante, de uma garota- nada bonita no todo, mas os olhos – num comércio, a reação dela foi nada agradável, fechou a cara na hora. Caramba!!!! Este é o mundo de hoje no tocante às mulheres, ainda bem que nem todas né. Como fico feliz em ver que tem este trabalho procurando trazer as mulheres para a feminilidade bonita e linda como sempre foi.
A mulher pode ser empoderada e ter também seu id de feminilidade. Isso é uma característica inata e também pode ser adquirida, porém essa segunda hipótese é mais difícil de acontecer na maioria delas. Seria como forçar alguém ser o que não é.
As engenharias sociais para feminizar o homem e masculinizar a mulher, quer de origem marxista-engeliana, quer por conta do globalismo para uma redução da raça humana, miscigenou os dois polos de cargas contrárias de um imã vital para o desenvolvimento inteligente da sociedade.
Creio impossível recobrarmos o normal sem algum tipo de convulsão mundial, visto que a quantidade de idiotas-úteis e ignorante, que já é enorme, tende a crescer cada vez mais!