O ditado “Quem lacra não lucra” está se mostrando cada vez mais verdadeiro na vida e na carreira da intitulada atriz trans Karla Sofía Gascón, do filme Emilia Pérez. Segundo informa o The Hollywood Repórter, tradicional veículo norte-americano na divulgação de notícias da indústria do cinema, a situação entre Gascón e a Netflix, proprietária dos direitos de Emilia Pérez, azedou num ponto que não há mais retorno. Karla Sofía Gascón havia programado viagem aos Estados Unidos nesta semana, para participar de diversas premiações ao lado de suas colegas de elenco, mas sua agenda foi totalmente cancelada.
+ Leia mais notícias de Cultura em Oeste
Sofía Gascón deveria participar de importantes eventos na temporada de premiações, como o Critics Choice Awards, em 7 de fevereiro, e o lançamento do AFI Awards, no dia 6. Nos dias 8 e 9, respectivamente, a agenda incluía o PGA Awards (premiação do sindicato dos produtores) e o Virtuoso Awards. Mas Gascón teve sua presença sumariamente excluída dos eventos, que contarão somente com as participações do diretor Jacques Audiard e das atrizes Selena Gomez e Zoe Saldaña.
Conforme revelou o THR, as insistentes declarações de Gascón criaram uma tensão insustentável entre ela e a Netflix, o que levou a empresa a decidir esconder Sofía Gascón de qualquer material promocional na campanha pelo Oscar. Isso quando ela é uma das concorrentes ao prêmio da Academia na categoria de melhor atriz. Além, é claro, de evitar a publicidade da atriz trans nos principais eventos que ocorrem nos Estados Unidos antes do Oscar. A própria Netflix se manifestou e esclareceu que a empresa e Gascón agora só se comunicam por meio do agente da atriz, Jeremy Barber, e que a Netflix não tem mais interesse algum em bancar cortesias e custear os gastos de viagem de Gascón para os EUA.
Nas redes sociais, Gascón é chamada de racista e xenófoba
Entre as principais polêmicas que envolvem Karla Sofía Gascón destaca-se aquela divulgada pela jornalista canadense Sarah Hagi, que reuniu várias publicações de Gascón nas redes sociais nas quais ela critica a cultura muçulmana, o caso de George Floyd e a própria premiação do Oscar. Nas principais redes, Sofía Gascón enfrentou uma série de críticas e ataques, sendo chamada de racista e xenófoba. Paralelamente, Gascón também arrumou uma grande confusão com a brasileira Fernanda Torres, atriz principal do filme Ainda Estou Aqui, também indicada ao prêmio da Academia.
Há poucas semanas, Gascón afirmou numa entrevista que a equipe do filme brasileiro estaria fazendo campanha contra o seu nome. A denúncia, não comprovada, é considerada grave aos olhos da Academia e ainda fere as regras do Oscar — que proíbe a todos os indicados qualquer tipo de manifestação que possa atingir seus concorrentes diretos ou indiretos. A Academia iniciou uma investigação que, como resultado, poderia até eliminar Karla Sofía Gascón da disputa. Até o momento, no entanto, não se sabe se a atriz vai participar da cerimônia do Oscar, marcada para o dia 2 de março.