Na parte 1 deste artigo elencamos os elementos gerais que compõem os diversos tipos de clima quando avaliados pela óptica terrestre, sobretudo quando influenciados pela distribuição da energia radiante proveniente do Sol, que é o agente que instiga a atmosfera nas mais variadas latitudes. Trouxemos também de forma sintética como funciona o balanço radiativo entre a onda curta (que vem do Sol e suas interações) e a onda longa (que sai da Terra, também com interações) e quanto é o saldo da onda curta o verdadeiro responsável pelas flutuações nos valores de temperatura do ar próximos à superfície. Para prosseguir com esse assunto, exploraremos um pouco mais a pesquisa do professor doutor Ned Nikolov, físico e pesquisador afiliado à Universidade Estadual do Colorado e de Karl F. Zeller, meteorologista aposentado do Serviço Florestal dos EUA (UE Forest Service).
Em seu extenso artigo publicado na Geomatics, Nikolov e Zeller utilizaram dados obtidos de satélite para comprovarem que o saldo de radiação de onda curta havia crescido, portanto, mais energia proveniente do Sol incidiu sobre a superfície, distribuindo-se pelo Estrato Geográfico em diversos processos, inclusive o de aquecer a superfície. Uma vez que isso ocorre, o ar próximo acaba se aquecendo. O outro grupo de satélites que medem as temperaturas da baixa troposfera (a primeira camada da atmosfera de baixo para cima) passa a registrar valores mais altos oriundos desse processo de aquecimento e não de retorno de “efeito-estufa”.
+ Leia mais notícias de Cultura em Oeste
A base dos dados da pesquisa provém do satélite Ceres (Clouds and the Earth’s Radiant Energy System, ou Nuvens e o Sistema de Energia Radiante da Terra), a principal plataforma espacial da Nasa com o propósito de observar e medir os aspectos gerais das nuvens no planeta, desde espessuras a áreas de cobertura. Os cientistas concluíram que a principal causa do retorno de “elevação” da temperatura da baixa troposfera é a redução da cobertura global de nuvens, logo depois do período do hiato de temperaturas, quando entre 1998 a 2013, aproximadamente, não houve aquecimento — alguns lugares apresentaram até resfriamento, conforme a série de dados utilizada, variando entre Estações Meteorológicas de Superfície e satélites.
Infelizmente os dados de Ceres são muito recentes dentro da Era dos Satélites e só podemos avaliar esse comprometimento das nuvens com o saldo de energia nos últimos 25 anos, mas foram suficientes para que pudéssemos verificar a importância da energia proveniente do Sol.
Como vimos anteriormente, o saldo de radiação de onda curta é dado pela diferença de tudo que chega à superfície (K↓) por tudo que é refletido de volta ao espaço (K↑). É nesse ponto que o trabalho dos pesquisadores se torna muito interessante, pois há três formas de esse saldo ficar mais elevado:
- 1) Se K↑ é constante, então K↓ precisa aumentar, o que poderia representar uma maior atividade solar;
- 2) Se K↓ é constante, então K↑ precisa diminuir, permitindo que mais áreas da superfície terrestre recebam radiação solar, por exemplo, diminuindo a cobertura espacial das nuvens; e
- 3) A combinação da elevação de K↓, por uma maior atividade solar e, a diminuição de K↑, pela redução da cobertura de nuvens.
Assim, já conseguimos responder a questão deixada anteriormente na primeira parte. Em um período de pico solar, como o que passamos desde 2023 do ciclo solar 25, adicionado da redução da cobertura espacial de nuvens, o resultado será uma expressiva incidência de energia radiante bombardeando toda a superfície.
Aqui devemos ir além do resultado do trabalho dos pesquisadores, porque quando juntamos as informações cartografadas de onde estão as irrisórias variações de temperatura no decorrer das décadas, verificadas pelos professores doutores Roy Spencer e John Christy, da Universidade do Alabama em Huntsville, observamos que elas têm localizações bastante precisas. Essas variações irrisórias de temperaturas estão nas áreas periféricas dos grandes desertos da Terra e dos imensos anticiclones semiestacionários sobre os oceanos e em alguns continentes. Esses últimos, sobre os oceanos, apresentam uma consequência secundária.
Como atuam em pares, um em cada hemisfério sobre os oceanos Pacífico e Atlântico, mais especificamente, eles apresentam uma circulação de ventos periféricos em sentido horário, no Hemisfério Norte e anti-horário no Hemisfério Sul. Na confluência dos sistemas, na área tropical, teremos os ventos alísios. Os mapas obtidos por Spencer e Christy indicam estas áreas como as de “maior” elevação de temperatura na superfície (0,1oC por década), pois a cobertura de nuvens ali se reduziu. Assim, mais radiação solar chegou ao mar, aquecendo as águas pela incidência e penetração de radiação de onda curta e não longa. Por isso que observamos, nestes dois últimos anos, águas mais aquecidas, especialmente na bacia do Atlântico.
Isto desbanca as afirmações do Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, que concluiu, através da sua computação do balanço radiativo, que, devido ao aumento da concentração na atmosfera de CO2 especificamente originado das emissões humanas de “gases de efeito-estufa”, esse balanço “energético” da Terra tornou-se desequilibrado. Para o IPCC, mais energia térmica é retida, resultando em temperaturas elevadas e oceanos mais quentes. O único desequilíbrio aqui é a conclusão do IPCC.
O IPCC diz que o valor de reentrada de onda longa (L↓) por “estufa” é que aumentou, tornando o saldo geral de L maior, quando na verdade, o valor de onda longa emitida (L↑) aumentou porque o saldo de K aumentou. O maior valor do saldo de L está intimamente ligado ao saldo de K, pois é ele quem aumentou o valor de L↑ e não pela falsa conclusão que houve elevação de L↓. Mais uma vez, isso dá xeque-mate na hipótese da “estufa” e sua contribuição realizada por gases, em especial CO2, metano etc.
No caso da pesquisa do doutor Nikolov e do meteorologista Zeller, as nuvens alteram significativamente o albedo (reflexão da energia radiativa em qualquer comprimento de onda) do planeta, deixando-o mais brilhante ou não. Uma cobertura grande de nuvens baixas do tipo Cumulus pode reduzir a chegada de radiação de onda curta do Sol na superfície da Terra aumentando drasticamente o brilho planetário. “Em nosso artigo, mostramos, usando as melhores observações disponíveis da plataforma Ceres, que o aquecimento dos últimos 24 anos foi causado inteiramente pela diminuição observada do albedo da Terra e não pelo aumento das concentrações de ‘gases de efeito-estufa’, como alegado pelo IPCC”, afirmou Nikolov ao The Epoch Times.
O próprio IPCC admitiu que alguns estudos sobre as nuvens e os aerossóis atmosféricos podem “clarear” ou “escurecer” mais o planeta, mas eles não sabem de forma alguma esclarecer como esses processos funcionam, especialmente porque saídas simuladas em seus modelos divergiram significativamente na elaboração do Quinto Relatório (AR5). Na verdade, eles querem ocultar que o peso apenas destes dois fatores já alcançaria uma ordem de grandeza superior (no mínimo uma dezena maior) a qualquer hipótese realizada pelo CO2 e a “estufa”, o que comprometeria claramente o discurso apresentado mundialmente, tornando as suas falsas políticas públicas suicidas totalmente inócuas para o clima, que é exatamente o que elas são. “O fato é que a energia solar por si só explica todo o aquecimento do século 21 e não deixa espaço para nenhuma força antropogênica”, lembra Nikolov.
A grande questão é: o que teria acontecido para que as nuvens diminuíssem? Aqui as divergências são grandes porque pouco se conhece sobre os mecanismos que envolvem as nuvens, mas já é certo que os efeitos extraterrestres têm um peso significativo em sua formação, especialmente as que mais interferem no balanço radiativo e possuem um peso climático maior, ou seja, as anteriormente comentadas nuvens de baixa altura.
Sabemos que as nuvens necessitam de núcleos de condensação para se formarem e esses podem ser influenciados diretamente pelos raios cósmicos galácticos pela explosão de estrelas supernovas, por exemplo, mas também pela intensidade da atividade solar, além das interações entre os campos magnéticos do Sol, muito forte e de grande oscilação, e da Terra, muito fraco em comparação ao solar, mas mais estável.
Nikolov lembrou que há hipóteses sobre o que poderia causar a variabilidade na cobertura de nuvens, mas não existe um mecanismo exato ou uma teoria que abarque o contexto geral. Este é um fator altamente limitador, porque não permite equacionar de forma a se modelar o problema matematicamente, impossibilitando tirar conclusões e realizar prognósticos. Esse foi um dos pontos onde o IPCC se perdeu, no AR5, especialmente quando seus membros escolheram trabalhos em que nuvens “esquentassem” seus modelos com resposta positiva, quando claramente sua resposta principal é negativa.
O físico da Universidade Estadual do Colorado também lembrou a necessidade de pesquisas interdisciplinares em grande escala sobre o tema, de forma que se possam identificar os mecanismos físicos que controlam o albedo da Terra, associados à física das nuvens. Esses são “os verdadeiros impulsionadores do clima em escalas de tempo multidecadais”, declarou Nikolov. “A ciência climática atual reconhece que as nuvens estão diminuindo, e o albedo da Terra está diminuindo, mas eles atribuem isso a uma variabilidade climática interna. Isso é incorreto! Mudanças na cobertura de nuvens e no albedo são forçadas externamente. Identificar essa ‘força’ externa é onde a pesquisa futura tem que se concentrar em vez de estudar as emissões de carbono e a ‘força’ radiativa [dos ‘gases de efeito estufa’].” De qualquer forma, há muito material sobre este tema e ele ainda é recorrente em nossas discussões.
O pessoal “das antigas” deve se recordar do disco do falecido multi-instrumentista grego Vangelis (1943-2022) “Albedo 0.39”, de 1976. O álbum se referia ao albedo médio da Terra — naquela época, a refletância total estava ao redor de 39,0%. Pois bem, hoje o albedo médio está, com mais precisão, na ordem de 36,7%. Ou seja, do registro artístico de Vangelis à ciência de Nikolov e Zeller, notamos que esses 2,3% de queda de albedo foram significativos para que mais energia do Sol incidisse sobre a Terra e que isso seria responsável pela taxa de aquecimento de 0,1oC por década, aquecimento verificado na borda de grandes sistemas atmosféricos de alta pressão e setores periféricos dos grandes desertos. Nos demais setores da Terra, praticamente nada está a acontecer.
Joanne Nova, jornalista australiana que se tornou cética ao embuste climático, publicou, em 2007, o “Manual dos Céticos”, que a antiga equipe brasileira de climatologia Fake Climate traduziu para o português, podendo ser encontrado aqui. Ela nos autorizou publicar no Brasil há 15 anos para que as pessoas pudessem entender de forma didática um pouco mais sobre o assunto. Quase profética, a última figura dizia “É o Sol!”
Se assim não o fosse, não haveria bilionário excêntrico maquiavélico travestido de filantropo interessado em elaborar projetos para bloquear a radiação solar sobre a Terra, não é mesmo? Em outros tempos, o MI6 já teria despachado James Bond para investigar o lunático, mas atualmente, é capaz que ganhe um Nobel!
Agradecido pelo seu extenso e explicativo texto, baseado em dados da Ciência. Infelizmente, vivemos cercados de jornalistas e a mídia, se achando profetas e fazendo previsões alarmistas. Vale lembrar, que vários fizeram previsões no início dos anos 1900 de que a Terra iria acabar; que a II Guerra Mundial ou a bomba atômica iriam destruir o mundo em breve. As Ciências da natureza não são exatas e ainda hoje fica muito difícil prever algo com exatidão.
Sim, agora a ONU e os governos socialistas vão taxar os países mais ensolarados.