O leitor sabe o quanto já se comentou sobre o Sol, e não sobre o CO2, como responsável pelas temperaturas e como a distribuição de energia incidente pelo planeta, em um primeiro nível, é crucial para o estabelecimento dos diversos climas, seguido pela configuração geográfica entre os continentes e oceanos. A espacialidade da cobertura de nuvens, com seus diversos gêneros, a movimentação atmosférica e, finalmente, a ação dos vulcões, faz suas devidas conexões escalares de influência, tanto na categoria tempo quanto na categoria espaço. Não há sombra de “efeito estufa” ou aberrações do tipo.
Por incrível que pareça, os cientistas que abordam o entendimento do clima dinâmico sob essa ótica, ou seja, que aplicam os conceitos definidos historicamente pela ciência, apoiados em fatos verificados, são considerados céticos “radicais” dentro do espectro do ceticismo climático. Eles claramente separam o que é clima das discussões ambientais, políticas e ecológicas, aproveitando para identificá-las quando carregadas com o ranço de ideologias doutrinárias ou utilizadas como ferramentas geopolíticas para se conseguir controle e poder.
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E dentro desse grupo, onde me incluo, temos o professor doutor Ned Nikolov, físico e pesquisador afiliado à Universidade Estadual do Colorado, que já citamos anteriormente em outros artigos. O professor Nikolov trabalha com física atmosférica, ecologia florestal, variabilidade climática e modelagem, entre outros temas. Foi um dos poucos corajosos a desmascarar a fraude sobre os incêndios florestais nos EUA anos atrás, o que o levou a receber uma suspensão por contestar as informações imprecisas que eram divulgadas ao público em geral. Já falamos sobre isso anteriormente, quando um pesquisador dessa área confessou claramente que precisou falsear informações para que seu artigo fosse publicado em uma revista científica de “prestígio”, como se ciência fosse grife.
Em recente declaração ao jornal The Epoch Times, o doutor Nikolov deixou bem claro que o IPCC está incorreto em relação ao que afirma sobre o CO2, incluindo seu poder de “estufa”. Só pelo seu posicionamento, já podemos prever o quanto o pesquisador será enxotado pela igreja do aquecimentismo.
O professor Nikolov vai direto ao cerne da “teoria do efeito estufa”, que afirma ser fundamental a importância da composição atmosférica. “Eles argumentam que pequenos incrementos de dióxido de carbono na atmosfera causam o ‘aquecimento global’ e que devemos parar de queimar combustíveis ‘fósseis’ para evitar mudanças climáticas perigosas”, afirmou Nikolov. “Isso está completamente errado.”
Ele, como muitos outros, tem toda a razão. Não há prova científica de que o CO2 controle a temperatura do ar na Terra e muito menos o clima, algo que sequer pode ser definido como global, exceto quando caracterizamos um período de influência predominante, seja glacial (frio) ou interglacial (quente). O CO2 nunca fez isso no passado, como mostra a Paleoclimatologia; não faz agora e não fará no futuro.
O doutor Nikolov e Karl F. Zeller, um meteorologista aposentado do Serviço Florestal dos EUA, acabaram por publicar na Geomatics, em 20 de agosto de 2024, um estudo que mostra o seguinte: o leve aquecimento médio percebido pelos satélites, na ordem de 0,2 °C, não é resultado do incremento de CO2, que atuaria no balanço radiativo de onda longa emitida pelo planeta, voltando para dentro da própria atmosfera. Pelo contrário, a onda longa emitida foi incrementada, influenciando as temperaturas em algumas regiões pelo saldo positivo do balanço radiativo de onda curta recebida pelo planeta, ou seja, proveniente do que vem do Sol.
As conclusões sobre os efeitos do CO2
As conclusões foram obtidas após analisar dados de satélite que mostraram que esse balanço radiativo de onda curta ficou levemente mais alto. Em outras palavras, entrou mais radiação do que saiu. Portanto, esse irrisório aquecimento médio, obtido pelas estatísticas da temperatura na base da atmosfera da Terra nos últimos anos, ocorreu pela maior absorção de luz solar. Como se trata do sistema atmosférico, o principal fator observado como causa desse efeito foi o declínio da cobertura global de nuvens.
As nuvens são responsáveis por controlar cerca de 25% a 33% do balanço total de energia do planeta, um conjunto maior que apenas o balanço radiativo. Elas podem reter parte da radiação de onda longa que é emitida da superfície, mas seu papel climático fundamental não é esse. Essa interferência é secundária e de curto período de tempo. Contudo, seu maior destaque é refletir a radiação de onda curta proveniente do Sol, devolvendo-a para o espaço com o mínimo de interação.
De forma abreviada, podemos entender que o balanço geral radiativo (e não o de energia) é o resultado do saldo de duas componentes: o balanço radiativo de onda curta e o balanço radiativo de onda longa, sendo este último muito dependente do primeiro. No balanço de onda curta, temos toda a radiação solar que entra no sistema, ou seja, a incidente (K↓), subtraída por toda a radiação solar que é refletida, sem outro tipo de interação com a superfície e seus objetos (K↑).
Já no balanço de onda longa, temos a energia radiante emitida pela superfície e todos os seus objetos. Portanto, com sinal sempre negativo (L↑), adicionada dessa mesma energia que voltaria da atmosfera para a superfície (L↓) — onde, nesse caso, apoia-se a hipótese “estufa” sem sentido. Acontece que este saldo é sempre negativo e é dependente de quanta energia radiante é emitida, e não do que é refletido de volta. Em outras palavras, se K = 0 (acabou o Sol), L↑ sempre vence!
A energia radioativa
Ademais, a energia radiativa de onda longa emitida pela Terra (que vai para o espaço, L↑) corresponde à energia que foi transformada antes pela incidência e absorção da energia radiativa de onda curta que chegou do Sol (saldo entre K↓ e K↑) e interações com a superfície. Se há mais radiação solar incidindo, isso implica em mais energia para os diversos processos de superfície. Conforme a particularidade regional, isso refletirá no aumento do valor da temperatura. Portanto, observar-se-á uma maior emissão de radiação de onda longa terrestre, que, como explicamos, tem valor negativo (L↑). Notemos que não foi um aumento na radiação de onda longa de retorno (L↓) que elevou o valor da temperatura, suposto pela fábula da “estufa”, mas um aumento da radiação de onda longa terrestre emitida, porque antes incidiu mais energia solar.
Essa tese é a que defendo há anos, inclusive sua implicação com a pressão atmosférica, fato indissociável do processo. Sempre deixei isso muito claro em todas as palestras que proferi nos últimos 20 anos, assunto também incluso no material disponível nas aulas e cursos oferecidos, de forma que todos entendessem o embuste que o IPCC (o painel do clima da ONU) propaga. Nikolov e Zeller acabaram por reforçar isso quando passaram a analisar o chamado desequilíbrio energético da Terra (EEI), definido pela diferença entre a radiação de ondas curtas absorvida e a radiação de ondas longas emitida no topo da atmosfera.
“O EEI não é causado pelo ‘aprisionamento de calor’ por causa do aumento dos ‘gases de efeito estufa’ atmosféricos, como afirmado atualmente, mas ‘surge’ pela dissipação adiabática de energia térmica em parcelas de ar ascendentes na troposfera, em virtude da diminuição da pressão atmosférica com a altura”, disse Nikolov.
O Sol “bombardeia” a terra
Em palavras mais simples, a atmosfera “borbulha” e cada uma dessas bolhas, ou plumas, leva consigo o calor para os níveis elevados. Como a pressão diminui, as parcelas resfriam e descem, repetindo o processo, mas essencialmente resfriando a superfície. Para a região extratrópica, o processo ocorre muito mais na horizontal, conforme se aumenta a latitude. Ar frio vem dessas latitudes mais altas e é trocado por ar mais quente. Quanto mais eficiente e rápido for esse processo, mais resfria. Se for mais lento, esquenta.
Nikolov e Zeller mostraram matematicamente que o EEI é um “fenômeno aparente”, em vez de um “desequilíbrio real”. Isso implica que não há um armazenamento de calor de longo prazo no sistema terrestre por causa dos “gases de efeito estufa”. Há oscilações temporais momentâneas que ainda devem considerar todas as outras interações, especialmente a realizada com a água do mar. Os únicos que amenizam perdas significativas são os oceanos, nosso único “banco” de calor terrestre de maior relevância. Pela atmosfera, o resultado é sempre de perda e resfriamento mais veloz.
Em suma, enquanto o Sol bombardeia a Terra com radiação, os sistemas do Estrato Geográfico absorvem essa energia, direcionando-a para vários propósitos. Cabe à atmosfera, entre esses sistemas, fazer o papel de circular, distribuir e refrigerar a superfície, transportando parte dessa energia.
Notemos que pode haver variação da incidência de radiação de onda curta que chega à superfície (saldo de K) por dois processos principais que atuam concomitantemente: variação da área da Terra que recebe radiação solar direta, especialmente dependente da latitude em que isso acontece, e a variação da atividade solar. O que será que acontece se a cobertura de nuvens diminuir e a atividade solar marcar um pico em seu ciclo?
No próximo artigo, refletiremos sobre esta questão, bem como explicaremos as conclusões e metodologia de Nikolov e Zeller, trazendo os conceitos de albedo, a ação das nuvens no planeta e a atividade solar. É importante ressaltar que as conclusões deles não são as únicas que mostram essa realidade, mas acabaram por confirmar resultados anteriores publicados desde 2020, obtidos por outros cientistas que se debruçaram sobre o problema ao observarem os mesmos dados. Até lá.