Oscar 2025 — Com Brasil na disputa, saiba quais são os favoritos para levar a estatueta dourada

A maior e mais famosa festa do cinema está a poucas horas de sua realização. A 97ª edição do Oscar acontece na noite deste domingo, 2, com transmissão ao vivo do Dolby Theatre, em Los Angeles. É verdade que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (AMPAS), nos últimos anos, tem trabalhado muito para conseguir manter a cerimônia do Oscar como um show de grande audiência mundial, promovendo aqui e ali mudanças significativas na organização do evento. Nesta edição 2025 do Oscar, parece haver um gostinho diferente, ao menos para os brasileiros. Deixando de lado a polarização criada por paixões políticas, é fato que muitas pessoas estão numa torcida nível Copa do Mundo pela vitória do Brasil, que este ano concorre em três categorias: melhor filme internacional, melhor atriz e melhor filme do ano.

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Nesta temporada de premiações, que agora se encerra com o Oscar, diversos filmes e artistas têm se destacado e acumulado troféus e indicações que os colocam como favoritos em suas respectivas categorias. Por isso mesmo, a Oeste não poderia deixar de fazer uma análise detalhada dos principais candidatos naquelas categorias de maior visibilidade e apresentar aos leitores as nossas previsões.

Melhor Ator
Adrien Brody desponta como favorito para o Oscar de Melhor Ator por sua atuação em O Brutalista. Brody, já conhecido da Academia e tendo conquistado uma estatueta em 2003 pelo filme O Pianista, agora levou o Globo de Ouro na categoria de Melhor Ator em Filme Dramático, além do BAFTA (considerado o Oscar britânico). Mas ao lado dele há Timothée Chalamet, também um forte concorrente por Um Completo Desconhecido. Chalamet foi eleito o Melhor Ator no SAG Awards, o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos. Historicamente, os vencedores do SAG nesta categoria levam o Oscar em aproximadamente 79% das vezes.

Fernanda Torres: a torcida é grande, mas a disputa é acirrada

Melhor Atriz
Demi Moore é a principal candidata ao Oscar de Melhor Atriz por seu papel em A Substância. Na corrida pelo prêmio, Demi tem ao seu favor o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Comédia ou Musical e o prêmio de Melhor Atriz pelo Sindicato dos Atores. Estatísticas mostram que vencedoras do SAG nesta categoria conquistam o Oscar em cerca de 75% das vezes. Mas, além disso, esta é uma oportunidade única de a Academia premiar uma atriz muito querida pelos norte-americanos, aquela que encantou gerações por sua participação no sucesso comercial Ghost – Do Outro Lado da Vida.

No entanto, é nesta categoria que aparece a brasileira Fernanda Torres, indicada por Ainda Estou Aqui. Mesmo que atrizes em filmes de língua não inglesa raramente são homenageadas no Oscar, Fernanda aparece forte na disputa por conta de sua vitória no Globo de Ouro como Melhor Atriz Dramática. Nos últimos 20 anos, aproximadamente 68% das vencedoras do Globo de Ouro nessa categoria também conquistaram o Oscar, o que fortalece a posição de Torres na corrida. Também pesa o fato de que Karla Sofía Gascón, a trans do filme Emilia Pérez que surgiu com grande favoritismo, tenha destruído sua reputação diante do mundo por conta de suas polêmicas declarações envolvendo racismo, xenofobia e outras muitas baixarias. Sofía Gascón é carta fora do baralho.

Melhor Ator Coadjuvante
Kieran Culkin é o favorito ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por sua performance em A Verdadeira Dor, um drama tocante sobre a preservação da memória, das lembranças, mesmo que elas sejam tão devastadoras quanto aquelas ligadas ao Holocausto. Culkin já foi reconhecido com o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante pelo Sindicato dos Atores, o que praticamente o coloca com as mãos no troféu da Academia. Com poucas chances, Guy Pearce está na corrida por sua intensa participação em O Brutalista, papel que lhe rendeu uma indicação ao BAFTA.

Melhor Atriz Coadjuvante
A vencedora do prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pelo Sindicato dos Atores, Zoe Saldaña, é quem lidera as apostas para o Oscar na categoria. Zoe é provavelmente a única capaz de garantir um prêmio para o filme Emilia Pérez, entre as 13 indicações obtidas pela produção. Felicity Jones, indicada ao BAFTA na mesma categoria, vem logo atrás por sua performance em O Brutalista.

Melhor Roteiro Original
A disputa é acirrada nesta categoria, mas Anora, escrito por Sean Baker, talvez seja o principal candidato ao prêmio de Melhor Roteiro Original. O filme foi premiado pelo Sindicato dos Roteiristas, que historicamente são bons indicadores para o Oscar — cerca de 60% dos vencedores do Writers Guild of America (WGA) nesta categoria também vencem o Oscar. Mas é impossível desprezar A Verdadeira Dor, escrito por Jesse Eisenberg, que recebeu o prêmio de Melhor Roteiro Original no BAFTA.

Melhor Roteiro Adaptado
Conclave, de Peter Straughan e Robert Harris, desponta como favorito nesta categoria, tendo levado os prêmios do BAFTA e o Globo de Ouro, além de várias outras premiações relevantes. Há chances ainda para Um Completo Desconhecido, adaptado por James Mangold e Jay Cocks, mas que apesar de todos os elogios e algumas indicações importantes como o próprio BAFTA e o Sindicato dos Roteirista (WGA), o filme não foi premiado em nenhum deles. Segundo as estatísticas, aproximadamente 65% dos vencedores do WGA de Melhor Roteiro Adaptado também conquistam o Oscar. Se isso for levado em conta, Nickel Boys, de RaMell Ross e Joslyn Barnes, pode ter alguma esperança.

Melhor Fotografia
O Brutalista, com direção de fotografia de Lol Crawley, é o favorito ao Oscar. O filme recebeu o prêmio da categoria no BAFTA, e cerca de 70% dos vencedores nessa premiação também recebem o Oscar. Duna: Parte 2 e Nosferatu foram reconhecidos em outras premiações pelo mundo, mas as chances parecem mínimas.

Melhor Longa de Animação
Acumulando 52 prêmios nesta temporada, incluindo o Globo de Ouro e o Annie — prêmio oferecido pela Associação Internacional de Filmes Animados, Flow desponta como favorito ao Oscar.

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Melhor Filme Internacional
Em tese, se há uma categoria em que o Brasil possui mais chances de levar o Oscar para casa, é a de Melhor Filme Internacional. Já são 48 prêmios internacionais para Ainda Estou Aqui. Mas sejamos objetivos: nenhum desses prêmios tem forte influência na Academia, seja por conta de sua relevância histórica ou mesmo estatística. É fato que o filme brasileiro tem recebido elogios de todos os cantos, mas é igualmente verdadeiro que Ainda Estou Aqui só passou a ser uma opção viável para o Oscar por conta de uma forte campanha de marketing na medida em que cresciam as polêmicas envolvendo Emilia Pérez, desde sempre o franco favorito.

Não é por acaso que a produção francesa foi indicada em 13 categorias do Oscar, sem contar as mais de 230 indicações nas premiações de todo o mundo, acumulando 113 vitórias. Só que então surgiu uma pedra no sapato chamada Karla Sofía Gascón, cujas polêmicas declarações sobre racismo, o Oscar e até ataques contra Fernanda Torres arruinaram a imagem de Emilia Pérez. Ocorre que todo esse imbróglio teve início em meados de fevereiro. A votação dos acadêmicos do Oscar ocorreu justamente entre 11 e 18 de fevereiro. Portanto, é impossível afirmar que a presepada de Sofía Gascón chegou a influenciar os votos.

Melhor Diretor
Sean Baker, por Anora, é o favorito ao Oscar por ter conquistado o prêmio do Sindicato dos Diretores (DGA) — aproximadamente 80% dos vencedores do DGA também conquistam o Oscar de Melhor Diretor. Mas Brady Corbet, por O Brutalista, aparece colado na disputa e é um forte concorrente por ter recebido os prêmios da categoria no BAFTA e no Globo de Ouro.

Melhor Filme
Anora é apontado como o principal candidato ao prêmio de Melhor Filme do ano. Bastante elogiado pelo público e pela crítica, a produção foi reconhecida pelo Sindicato dos Produtores (PGA), aumentando suas chances no Oscar. A disputa, no entanto, fica acirrada com a presença de O Brutalista, que recebeu o prêmio de Melhor Filme no BAFTA e no Globo de Ouro, quando historicamente cerca de 70% dos vencedores do prêmio também levam o Oscar de Melhor Filme.