Há pouco mais de uma semana, depois de anunciado que a Amazon Studios assumiria o controle criativo total da franquia 007, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas divulgou nesta quinta-feira, 27, que um tributo especial às canções icônicas nos filmes de James Bond será apresentado durante a transmissão dos premiados do Oscar 2025. A ideia é homenagear os produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson, já premiados com um Oscar Honorário (Irving G. Thalberg Memorial Award), que se despedem de 007 depois de três décadas levando ao público as aventuras do mais famoso espião britânico.
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É evidente que a Academia não decidiu incluir no show um bloco de homenagem como esse, a menos de três dias da transmissão da maior festa do cinema. Trata-se de uma engenharia complexa, de uma estrutura que envolve a contratação de cantores e cantoras, de ensaio de orquestra e mais uma série de elementos técnicos. A Academia, certamente, queria fazer desse momento uma surpresa, mas mudou os planos diante do negócio milionário anunciado pela Amazon de Jeff Bezos. Seja como for, os organizadores do Oscar preferem manter os detalhes em sigilo. Não foi revelado, por exemplo, se o tributo será somente para as canções de James Bond indicadas e vencedoras do Oscar ou se haverá uma abordagem ampla, celebrando todos os melhores temas de Bond já produzidos.
Desde 1962, com o lançamento de 007 contra o Satânico Dr. No, os filmes de James Bond se tornaram a franquia mais longeva e de maior bilheteria da história do cinema. São 25 filmes ao longo de seis décadas. A galesa Shirley Bassey, que se tornou uma das intérpretes mais populares no Reino Unido no final dos anos 1950, é até hoje a cantora que mais colaborou com a série 007. Foram três canções: Goldfinger, para o filme 007 contra Goldfinger (1964); Diamonds Are Forever, para o filme 007 – Os Diamantes São Eternos (1971); e Moonraker, para o filme 007 Contra o Foguete da Morte (1979). O tributo agora programado para o Oscar seria uma grande oportunidade para a Academia oferecer um reconhecimento mais do que necessário à cantora Shirley Bassey, cujas músicas-tema de James Bond se tornaram clássicas, mas estranhamente nenhuma delas conquistou um Oscar.
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Canções de James Bond definem a identidade dos filmes
É bem verdade que, nos primeiros filmes da franquia, os acadêmicos e eleitores demoraram para se encantar com as músicas de Bond. Naqueles anos de 1960, ainda havia uma predileção por temas musicais que fossem rapidamente bem assimilados pelos ouvidos mais conservadores. Para se ter uma ideia, naquele ano de 1962 quando foi lançado 007 contra o Satânico Dr. No, a canção vencedora do Oscar foi Moon River, composta por Henry Mancini e Johnny Mercer, interpretada por Audrey Hepburn no filme Bonequinha de Luxo. James Bond soava muito pop para os acadêmicos.
Mas o tempo passa e a compreensão musical evolui. Hoje, quando se observa a história, está mais do que claro que as músicas de Bond desempenharam um papel decisivo na formação da identidade dos filmes, dando um novo significado cinematográfico às produções e sempre na vanguarda com a participação dos maiores nomes da música pop. Tanto é verdade que a Academia, nos últimos anos, reconhece a excelência das canções de Bond com cada vez maior frequência. Seis temas da franquia receberam indicações ao Oscar: Live and Let Die, de Com 007 Viva e Deixe Morrer (1973), com Paul McCartney; Nobody Does It Better, de 007 – O Espião Que Me Amava (1977), com Carly Simon; For Your Eyes Only, de 007 – Somente para Seus Olhos (1981), com Sheena Easton; Skyfall, de 007 – Operação Skyfall (2012), com Adele (vencedora); Writing’s on the Wall, de Spectre (2015), com Sam Smith (vencedora); e No Time to Die, de 007 – Sem Tempo para Morrer (2021), com Billie Eilish (vencedora).
A festa de premiação do Oscar 2025 acontece neste domingo, 2 de março. A transmissão, ao vivo do Dolby Theatre em Los Angeles, começa a partir das 21h no horário de Brasília e pode ser conferida pelo canal por assinatura TNT e na plataforma de streaming da Max.
Tomama que toquem “You Only Live Twice”, de 1967, tema musical de “Com 007 Só Se Vive Duas Vezes”, porcamente copiada numa música gravada por Robbie Willians e que toca com outro nome…
Corrigindo: Tomara