Stanley Kubrick (1928 – 1999), um dos maiores cineastas de todos os tempos (2001 uma Odisseia no Espaço, Spartacus, Lolita, De Olhos Bem Fechados) dirigiu uma única comédia: Dr Strangelove, de 1964.
É um filme que pensa o impensável – os momentos que antecedem uma guerra termonuclear total. Fazer comédia com um tema desses exige muito talento. Kubrick contou com a ajuda do roteirista Terry Southern, para quem nada era sagrado. O filme começa com um bombardeio americano B-52 fora de controle a caminho de jogar uma bomba nuclear na antiga União Soviética.
O elenco é excelente. George C Scott é um general playboy orgulhoso de começar a Terceira Guerra Mundial. Slim Pickens o piloto caipira que monta na bomba como se montasse um cavalo num rodeiro. Sterling Hayden, o general paranoico que considera o fluor uma arma comunista.
Mas o dono do show é Peter Sellers, em três papéis. Ele é um militar britânico que tenta entender toda aquela insanidade, é o presidente americano tentando controlar a situação e também o Dr Strangelove, um assessor tentando esconder (sem muito sucesso) sua origem nazista. Alguns momentos são inesquecíveis, como o presidente Muffley explicando pelo telefone a situação ao primeiro-ministro soviético, que está completamente bêbado. E o final, quando explosões nucleares se transformam num sinistro balé ao som de “We’ll Meet Again”.
Disponível no acervo da HBO Max.
Excelente texto. Kubrick é gênio.