O cineasta americano John Landis vivia no início dos anos 1980 o auge de sua carreira. Ele tinha dirigido uma das melhores comédias de todos os tempos (Clube dos Cafajestes, 1979) e um musical que reinventou o gênero (The Blues Brothers, 1980).
Em 1981 Landis renovou o filme de terror com Um Lobisomem Americano em Londres. É uma produção de baixo orçamento, e isso fica evidente especialmente nas aparições do lobisomem. Não havia computação gráfica naquele tempo, e é claro que o monstro é um boneco com poucos movimentos. John Landis usou o mesmo truque que Steven Spielberg aplicou em Jaws, seis anos antes com seu tosco tubarão mecânico: mostrar o mínimo possível e fazer com que a plateia imagine o resto.
O filme mostra dois jovens mochileiros, americanos, David (David Naughton) e Jack (Griffin Dunne) viajando pela Escócia. Eles vão parar numa região muito isolada e são atacados por um lobisomem. Jack é dado como morto e David levado para um hospital de Londres, onde a polícia garante que eles foram vítimas de um “lunático”. No hospital, David se envolve com a enfermeira Alex (Jenny Agutter) e vai morar com ela quando recebe alta.
Um dia Jack ressurge dos mortos e avisa David que ele agora é um lobisomem e deve se suicidar antes de se tornar um perigo. Chega a lua cheia e… Um dos toques mais originais de Um Lobisomem Americano em Londres é manter o humor o tempo todo. A reunião de David com suas vítimas transformadas em zumbis num cinema pornô é um hilariante toque de surrealismo.
A primeira transformação de David em lobisomem é um momento clássico dos filmes de terror. Geralmente essas metamorfoses acontecem num salto de tempo. John Landis fez uma cena assustadora do jovem virando o monstro em detalhes, com os ossos se esticando, os pelos surgindo, tudo em meio a muita dor. E nada digital, tudo mecânico. O maquiador Rick Baker ganhou um Oscar por esta cena inesquecível.
Um Lobisomem Americano em Londres está disponível pelos serviços de streaming Metro+ e Flex.