O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) instou nesta quinta-feira, 9, a 123milhas e seus administradores que se manifestem para esclarecer sobre os relatórios técnicos preliminares da recuperação judicial da empresa.
O pedido foi feito pelo desembargador Alexandre Victor de Carvalho. A companhia e os administradores terão dez dias para comentar o teor dos documentos.
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Rombo da 123milhas
De acordo com os relatórios, os gastos com marketing e publicidade causaram um rombo de R$ 2,5 bilhões na agência de viagens.
Os documentos revelam que o grupo da 123milhas tem 948 credores trabalhistas e 802.630 credores secundários, sendo a grande maioria consumidores.
Os relatórios concluem que a companhia apresenta os requisitos para que seja dado seguimento ao processo de recuperação judicial, iniciado no final de agosto.
Gastos com publicidade maiores que receita
As constatações prévias observam que os gastos com marketing da 123milhas e da Hotmilhas causaram a crise que levou à recuperação judicial das empresas.
Segundo um dos documentos, o grupo reconheceu “indevidamente” os gastos com publicidade como um ativo em vez de uma despesa.
Como consequência, o balanço das companhias apresentou resultado positivo e houve a distribuição de dividendos. Entre 2020 e 2022, a 123milhas distribuiu R$ 29,8 milhões aos sócios.
“Caso a regra contábil tivesse sido devidamente observada, não haveria resultado positivo em nenhum dos exercícios analisados, o que impediria a distribuição de dividendos realizada”, registrou o parecer.
O relatório também destacou que os gastos com marketing na 123milhas foram superiores à receita bruta de 2021 (147% acima) e 2022 (393% maior).
Já na Hotmilhas, os gastos com publicidade chegaram a 85,7% da receita operacional em 2021 e 89,8% da receita em 2022.
O parecer também mostra que a antecipação de recebíveis era “relevante” para a geração de caixa operacional das empresas, sendo que tais operações eram feitas principalmente via Banco do Brasil e BTG Pactual.
A avaliação técnica, que ainda passará pelo crivo da Justiça, é a de que as empresa do grupo da 123milhas poderiam equacionar sua crise por meio do procedimento da recuperação judicial.
Manipular balanços e crime. Distribuir dividendos quando se comete um crime é pior ainda.
Não precisa ser inteligente parasaber que se os gastos do Marketing são maiores que a receita, a empresa vai para a cucuia.
Só uma pessoa com déficit intelectual para acreditar nessa história. Tá na cara que ocultaram o patrimônio inflando despesa com publicidade! Golpe clássico nos credores e consumidores. Vão ver se os sócios não estão ricos.