A empresa norte-americana Darling Ingredients, listada na Bolsa de Nova Iorque, fez a maior transação de consumo do Brasil neste ano. Ela comprou a empresa catarinense Gelnex, por US$ 1,2 bilhão, o equivalente a R$ 6,4 bilhões.
A Darling é um gigante com 250 fábricas, em 17 países. Seu negócio é transformar resíduos de alimentos em produtos sustentáveis e, por isso, também é considerada uma produtora de energia renovável. Ela reaproveita quase 15% dos resíduos da indústria de carnes do mundo em produtos como energia verde, diesel renovável, fertilizantes e rações.
A brasileira Gelnex é uma das maiores fabricantes globais de gelatina e peptídeos de colágeno, com quatro fábricas no Brasil, uma no Paraguai e outra nos Estados Unidos, e exporta para mais de 60 países. Seus ingredientes são usados em suplementos, barras de cereais, bebidas lácteas, balas, comprimidos e produtos de beleza. Foi fundada na cidade catarinense de Itá, no oeste do Estado, perto de Concórdia, com apenas 7 mil habitantes, e tem capacidade para produzir quase 50 mil toneladas de colágeno ao ano.
A compra de uma empresa desconhecida do grande público por um valor tão alto é reflexo da grande disputa pela marca. A Darling desbancou propostas de fundos de investimentos internacionais e gigantes do setor de proteína animal no país. “Dado o forte crescimento global de demanda em produtos de saúde e nutrição, acreditamos que o mercado de peptídeos de colágeno deve dobrar em cinco anos”, disse, em nota, o CEO e chairman da Darling, Randall Stuewe.