Desde que entrou em recuperação judicial, em 19 de janeiro, até a segunda quinzena de setembro, a Americanas já fechou 95 lojas e já foi despejada de dois shoppings. A informação consta do relatório de acompanhamento mensal dos administradores judiciais da varejista, enviado à Comissão de Valores Mobiliários no domingo 1º.
No relatório do administrador judicial consta que em janeiro, a Americanas tinha 1.880 lojas e, em 17 de setembro, eram 1.785 estabelecimentos. Isso dá uma média de uma loja fechada a cada 2,5 dias.
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A varejista, que anunciou um rombo contábil de R$ 20 bilhões em 11 de janeiro, tem uma dívida de R$ 42 bilhões, de acordo com os dados do processo de recuperação judicial. Em 13 de junho, a Americanas admitiu que houve fraude e atribuiu a responsabilidade à diretoria anterior.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instaurada na Câmara, mas o relatório não responsabilizou ninguém pelo rombo.
Americanas foi despejada de 2 shoppings
Com a crise, a Americanas foi despejada de dois shoppings desde o começo do ano: o Plaza Sul, em Jabaquara, na capital paulista, e o Nova Cidade, em Vitória. A varejista enfrenta outras 16 ações de despejo por falta de pagamento, de acordo com o relatório à CVM.
“As recuperandas se manifestaram novamente informando que as lojas situadas nos shoppings centers Plaza Sul, em Jabaquara/SP e Nova Cidade em Vitória/ES tiveram seus despejos forçados efetivados, registrando ainda que atualmente as recuperandas contam com 16 (dezesseis) ações de despejo em curso por falta de pagamento de créditos concursais”, diz trecho do relatório.
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Os dados também mostram a demissão de 1,1 mil empregados entre 21 de agosto e 17 de setembro. À Folha de S.Paulo, a Americanas informou que pretende abrir 1,2 mil vagas temporárias para a Black Friday e o Natal.
“A companhia continua focada na manutenção de suas operações e no aumento de sua eficiência e reforça seu comprometimento com a transparência na relação com os sindicatos e o cumprimento integral e tempestivo de suas obrigações trabalhistas, na forma da legislação vigente”, afirmou a Americanas à Folha.