O Instituto Íbero-Americano da Empresa, instituição que reúne investidores do mercado de capitais, entrou com um pedido na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) para que seja aberto procedimento de arbitragem contra a Americanas.
Os investidores também querem responsabilizar a 3G Capital, a gestora de investimentos dos três sócios de referência da varejista: Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
A instituição pede uma indenização de R$ 500 milhões como compensação por perdas trazidas pela desvalorização das ações da Americanas, após o estouro do escândalo da fraude contábil da varejista, que supera R$ 40 bilhões.
A informação foi divulgada pela Americanas em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na quinta-feira 22.
Americanas promove demissões
A rede varejista Americanas demitiu cerca de 30 pessoas envolvidas na fraude contábil da companhia. As demissões foram efetivadas na semana passada e confirmadas na terça-feira 20 pela empresa. As dispensas ocorreram em áreas como contabilidade, financeira e comercial.
As informações tinham sido mencionadas em depoimento do presidente da Americanas, Leonardo Coelho Pereira, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), há uma semana. “É um universo grande de pessoas envolvidas nessa fraude. Pode ser que esse número seja maior”, disse, na ocasião.
Ainda na semana passada, aos parlamentares na CPI, a varejista sinalizou existir um suposto conluio entre os ex-diretores, que levou a lançamentos artificiais nos balanços por anos, de R$ 21,7 bilhões, segundo saldo de 30 de setembro de 2022.
Os números estão em relatório de assessores jurídicos da rede, parte dele publicada em fato relevante na terça-feira.
No documento divulgado ao mercado, são citados como participantes da fraude o ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez; os ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timotheo de Barros e Márcio Cruz; e os ex-executivos Fábio Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo Nunes. Os ex-diretores foram afastados e depois demitidos ou deixaram a rede.