A Americanas divulgou nesta segunda-feira, 26, o resultado financeiro dos nove primeiros meses do ano, depois de seguidos adiamentos. A receita despencou 45,1%, para R$ 10,1 bilhões, de acordo com o jornal O Globo.
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Mesmo menor em 23,5%, em relação aos nove primeiros meses de 2022, o prejuízo foi de R$ 4,611 bilhões. Isso fez o lucro bruto cair para R$ 2,9 bilhões, 8,2% a menos em relação a igual período de 2023. As vendas digitais sofreram maior impacto do que as físicas.
O patrimônio líquido da Americanas ficou negativo em R$ 31,2 bilhões. Houve uma melhora no endividamento, que terminou o mês se setembro em R$ 38,3 bilhões. No fim de 2023, último número público, era de R$ 39,9 bilhões.
A BDO, escritório responsável pela auditoria externa das demonstrações financeiras de primeiro, segundo e terceiro trimestres da Americanas, negou-se novamente a dar declarações sobre os números apresentados. Segundo o Globo, trata-se de algo grave, por mostrar que os auditores não conseguiram ter acesso nem confirmar informações para realizar a auditoria.
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Entre as unidades físicas e as digitais, o desempenho foi bastante distinto. O Volume Bruto de Mercadorias (GMV) caiu 77% no digital e apenas 4,4% no físico. Nos nove primeiros meses, o volume alcançado foi de R$ 16 bilhões, o que inclui todos os canais de venda e representa uma retração de 51,1%.
O GMV é o indicador que mede o valor das mercadorias vendidas. Seu cálculo é feito por meio de multiplicação do número de itens vendidos pelo preço de cada item, basicamente.
Fechamento de lojas físicas
Em nota, a Americanas disse que, no digital, em que se concentram as vendas de tíquetes mais altos, “houve um abalo de confiança”. “Os clientes tinham preocupação em relação às entregas dos produtos, e os sellers ficaram temerosos de não receber os repasses pelas vendas realizadas.”
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Muitas lojas físicas foram fechadas no período, mesmo com o desempenho melhor nesse setor. Ao fim do terceiro trimestre, havia 1.764 lojas. Em setembro de 2022, eram 1.863 unidades. Foram fechadas, portanto, 99 lojas.
A Americanas divulgou, em meados de novembro de 2023 e depois de sucessivas postergações, os balanços revisados de 2021 e 2022. Eles confirmaram uma perda de quase R$ 20 bilhões no período.
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro 2023, depois revelação de que seus balanços tinham “inconsistências contábeis”. Mais tarde, completa o Globo, a própria empresa admitiu a fraude.
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