A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou preocupação com os impactos da nova medida tarifária anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que pretende impor um acréscimo de 25% sobre as importações de alumínio.
![Rolos de alumínio | Foto: Vergara/Flickr](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2021/07/aluminio.jpg)
Em nota, a ABAL salientou que, apesar do anúncio público da medida feito na última segunda-feira, 10, até o momento o Decreto Executivo com os detalhes das medidas a serem aplicadas sobre o alumínio ainda não foi publicado no site do governo americano.
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Portanto, para a ABAL, ainda não está claro se essa nova tarifa substituirá a sobretaxa existente de 10% da Seção 232 ou se será adicionada a ela, resultando em uma tarifa total de 35%.
Conforme anunciado pelo presidente Donald Trump, desta vez não haverá exceções ou isenções para nenhum país.
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Na medida anterior (Seção 232, imposta em 2018), os Estados Unidos aplicaram tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre importações de alguns produtos de alumínio.
No entanto, no caso do alumínio, alguns países receberam isenções totais (Canadá, México e Austrália) ou foram incluídos em acordos de cotas (Argentina, União Europeia e Reino Unido).
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Para a ABAL, os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos primeiramente nas exportações e na dificuldade de acesso dos produtos brasileiros a esse mercado.
Segundo a entidade, “apesar dos produtos de alumínio brasileiros terem plena condição de competir em mercados altamente exigentes como o americano, seja pelo aspecto da qualidade ou da sustentabilidade, nossos produtos se tornarão significativamente menos atrativos comercialmente devido à nova sobretaxa”.
Embora a participação do Brasil nas importações americanas de produtos de alumínio seja
relativamente pequena, menos 1%, os Estados Unidos é um parceiro comercial importante e correspondem a 16,8% das exportações brasileiras do metal.
Em 2024 as vendas para o mercado americano chegaram a US$ 267 milhões do total de US$ 1,5 bilhão exportado pelo setor no ano.
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Em termos de volume, os Estados Unidos foram o destino de 13,5% do total (72,4 mil toneladas) das exportações brasileiras de produtos de alumínio.
Desse total, 54,2 mil toneladas das exportações estavam sujeitas à Seção 232, e chapas e folhas de alumínio corresponderam a 76% desse volume.
A ABAL disse estar em diálogo com o governo brasileiro para compreender as implicações dessa medida e buscar soluções que mitiguem seus impactos sobre a economia nacional no curto e médio prazo, garantindo um ambiente mais competitivo para a indústria do alumínio brasileira.