As atas das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não mostraram ser significativamente mais duras do que as anteriores, desde 1999. A informação consta em um estudo do Instituto Millenium divulgado na semana passada.
O estudo, que emprega técnicas avançadas de aprendizado de máquina, como o método Latent Dirichlet Allocation (LDA), detectou e agrupou tópicos distintos dentro dos textos das atas, ao abranger questões como flexibilização monetária, reformas econômicas, critérios financeiros e inflação elevada.
Os cientistas de dados Geraldo Leite e Wagner Vargas, autores do estudo, afirmam que não encontraram evidências de que as atas do Banco Central teriam endurecido no governo Lula devido a diferenças ideológicas.
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Eles ressaltam que o estudo se concentrou exclusivamente nas características textuais das atas, sem considerar outros fatores econômicos e políticos que influenciam a comunicação das reuniões do Copom.
“Este processo, fundamentado em análises probabilísticas, melhora a compreensão dos documentos, e proporcionam um resumo preciso e conciso dos temas principais abordados”, afirmam os autores. “Ainda permite observar as evidências acerca das atas no decorrer do tempo e dos governos analisados.”
A análise proporcionou um resumo dos principais temas abordados nas atas e destacou a importância da autoridade monetária em tomar decisões para a estabilidade econômica, além de comunicar as decisões do Copom ao mercado e à sociedade.
Temas analisados das atas do Copom
Os tópicos abordados nas atas incluíram questões como desinflação, mercado cambial, leilões do Tesouro Nacional, políticas direcionadas, entre outros.
O uso da inteligência artificial no estudo melhorou a compreensão dos documentos e permitiu observar as evidências ao longo do tempo e dos governos analisados.
Para os pesquisadores, o diagnóstico é relevante dada a importância da autoridade monetária na tomada de decisões econômicas e na comunicação com o mercado e a sociedade.