Depois de acusar os acionistas da Americanas de fraude, o banco Safra recuou e decidiu na sexta-feira 15 assinar um acordo com a varejista no processo de recuperação judicial iniciado em janeiro, depois da descoberta de um rombo contábil. A informação é do jornal O Globo.
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O Safra aderiu ao Plan Support Agreement (PSA), mesmo acordo assinado por outros bancos que também tinham criticado a varejista, mas acabaram cedendo. Segundo o acordo, as instituições financeiras se comprometem a apoiar os termos aprovados na assembleia de credores.
Na terça-feira 12, a Justiça do Rio de Janeiro negou um pedido do Safra para cancelar a assembleia de credores marcada para a terça-feira 19, em primeira convocação, e para 22 de janeiro, em uma segunda convocação.
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Entre as críticas à Americanas, o banco afirmou que considerava a proposta feita para “salvaguardar” interesses dos acionistas de referência da companhia, Carlos Alberto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles.
Além disso, o Safra afirmou que a varejista queria aprovar o plano de maneira “açodada” e a “fórceps” e que as outras instituições financeiras que haviam aderido ao acordo estavam sendo “coniventes com a fraude”.
Americanas já tem adesão de credores de 47% da dívida
Antes de o Safra anunciar a adesão ao acordo, a Americanas informou que já tinha a anuência ao plano de recuperação judicial de credores de 47% da dívida da varejista, estimada em R$ 42,5 bilhões. Na lista de bancos, estão Bradesco, Itaú, BTG, Santander, Pactual, BV e Daycoval. O Safra tem R$ 2,5 bilhões a receber desse total.
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A aprovação do plano de recuperação ainda neste ano é prioridade da companhia, que pretende uma homologação pela Justiça do Rio de Janeiro já no início de 2024.
O plano de recuperação envolve aporte de R$ 12 bilhões pelo trio de bilionários; a transformação de R$ 12 bilhões de dívida em ações da empresa; e descontos nas dívidas dos credores que variam de 50% a 80%, a depender das opções que escolham para receber parte do que a empresa deve.