A Caixa Econômica Federal expandiu sua atuação no setor imobiliário, indo além dos tradicionais empréstimos para compra e construção de imóveis. O jornal O Estado de S. Paulo divulgou a informação nesta quinta-feira, 3.
A instituição pretende utilizar seu banco de investimento para criar operações no mercado de capitais. A medida oferece novas opções de crédito a construtoras e investidores institucionais.
O objetivo é preencher lacunas não cobertas pelo financiamento tradicional. A Caixa possui a maior carteira de crédito imobiliário do Brasil, avaliada em R$ 780 bilhões. A equipe é treinada para avaliar projetos, fluxo de caixa e comportamento de mutuários.
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A estratégia envolve três principais frentes. A primeira é a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), garantidos pelas receitas das construtoras, provenientes da venda de apartamentos, da distribuição de dividendos e do crédito a clientes.
O segundo eixo é a assessoria financeira a empresas de construção na captação de recursos para a aquisição de terrenos, para a conclusão de obras ou para empréstimos-ponte. Esse conjunto se divide em desenvolvimento, que atrai investidores institucionais para novos lançamentos, e recuperação, que visa a resgatar empresas com obras inacabadas.
A atuação inclui tanto a emissão de dívidas no mercado quanto a busca por investidores dispostos a investir capital em troca de participação acionária nos projetos.
Caixa oferece assessoria a investidores
O terceiro eixo é a assessoria a investidores institucionais na busca de oportunidades de investimento em empresas do setor. O serviço contempla desenvolvimento de fundos, permutas de terrenos ou injeções de capital em empreendimentos.
A fase de testes já começou. A Caixa tem 19 operações em andamento e uma já concluída. Por ora, o banco não revela o valor movimentado nessas operações de crédito e cita apenas que os empreendimentos têm potencial de vendas estimado em mais de R$ 2,3 bilhões. Para 2025, a previsão é fazer mais 20 operações, e, em 2026, mais 40.
“Se funcionar, vamos acelerar”, afirmou o superintendente de Mercado de Capitais, Marco Buzzo, ao Estadão. “Se não funcionar, vamos revisar.”
O projeto teve início há dois anos, depois de a Caixa mapear 400 gestoras de recursos interessadas em ativos do setor. “Categorizamos essa turma e passamos a conversar com eles quando encontramos algum tipo de oportunidade de investimento nos ativos que estão dentro do banco”, disse Buzzo.
De acordo com o superintendente, o mercado tem mostrado interesse por causa da experiência da Caixa. O banco proporciona um acompanhamento mais preciso dos riscos dos projetos.
“Estamos usando o nosso know-how e o nosso volume gigantesco de dados do mercado de construção civil para diminuir as assimetrias, levando o investidor a poder aportar recursos com um grau maior de segurança”, afirmou Buzzo.
Isso é mais uma manobra para desviar dinheiro público.