Depois de melhorar a avaliação do Brasil, a agência de classificação de risco Fitch Ratings alerta que o Brasil não está em uma trajetória para recuperar o grau de investimento. O Brasil perdeu este grau em 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A agência admite, contudo, que a agenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedica-se a observar pontos críticos que poderiam levar o país a ter, no futuro, uma nova melhora em sua nota.
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Conforme a instituição norte-americana, com filial em São Paulo, o principal indicador de uma busca pela melhora é a adoção de reformas. A agência cita, também, progressos fiscais em torno de objetivos mais consistentes em relação ao crescimento econômico.
No dia 26 de setembro deste ano, a Fitch elevou o rating do Brasil, de ‘BB-‘ para ‘BB’, com perspectiva estável. Com a melhora, o país subiu um degrau na escala da agência. Continua, contudo, dois níveis distante do grau de investimento, de ao menos ‘BBB-‘.
Geralmente, conforme o diretor da Fitch Ratings para as Américas, Todd Martinez, os países que perdem o grau de investimento levam, em média, seis anos para recuperá-lo. No caso do Brasil, já se passaram oito anos.
“Neste momento, não vemos necessariamente o Brasil em uma trajetória clara para recuperar o grau de investimento. Reconhecemos, contudo, que a agenda do governo visa pontos que podem levar a um rating mais alto”, disse Martinez, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Agência não vê espaço para mudanças na avaliação
O executivo explicou que a perspectiva da nota do Brasil é de se manter estável. Por esse motivo, não haveria razão de a agência estabelecer novos movimentos nos próximos 12 meses.
A Fitch não vê espaço também para um rebaixamento. No início do ano, a agência chegou a sinalizar que o governo Lula gerou muitos ruídos e tornou real a probabilidade de rebaixamento.
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Na época, chamou a atenção do mercado questões como o desequilíbrio fiscal. Além disso, causou preocupação o interesse do governo petista em reverter medidas que governos realizaram em gestões anteriores. Entre essas medidas destacam-se as reformas trabalhista e da previdência, além da privatização da Eletrobras.
Martinez observou que a preocupação agora é acompanhar o progresso das reformas fiscal e tributária. Conforme o executivo, o governo Lula pode garantir melhores posições no rating. Para isso, no entanto, precisa implementar mudanças que se vinculam ao maior crescimento econômico e à redução do déficit fiscal.