O Índice de Confiança do Consumidor no Brasil, obtido pelo Instituto Ipsos (especialista em análise de mercado e da opinião pública) continuou em queda no mês de maio. Foi a quarta queda consecutiva do indicador.
Nos últimos 12 meses, a baixa no Brasil é a quarta maior entre os países pesquisados, somente atrás do Peru, da Malásia e da Turquia. Os números de maio continuam positivos, com 51,7 pontos, mas apresentam uma redução de 1,6 ponto em comparação com abril.
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Segundo os dados atuais, apesar de organismos internacionais terem ressaltado números positivos para a economia brasileira, internamente, a percepção da população é de desconfiança.
De acordo com o instituto, tem contribuído para essa baixa a inflação, influenciada por aumentos significativos nos preços de alimentos, medicamentos e itens de higiene pessoal. O índice subiu para 0,38% em maio, comparado a 0,16% no mês anterior.
Em contraste com esse fenômeno, os indicadores de macroeconomia melhoraram, conforme os relatórios World Economic Outlook e Fiscal Monitor, publicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Nesses estudos, a economia brasileira teve aumento de 0,5% nas projeções anteriores, que estimavam um crescimento de apenas 1,7%.
Além disso, o Brasil ultrapassou a Itália e está agora em oitavo lugar entre as maiores economias do mundo. Isto, porém, não foi suficiente para interromper a queda do índice de confiança.
“A percepção dos consumidores permanece negativa, refletida também na queda da popularidade do governo federal”, afirma Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil. “Outros fatores, como a queda do Ibovespa e a alta do dólar, indicam um cenário econômico conturbado.”
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul e causaram a morte de pelo menos 169 pessoas também contribuíram para a percepção negativa, segundo ele.
“Desastres climáticos no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, suscitam preocupações sobre escassez e aumento de preços desse alimento.”
Desafio de reduzir o deficit fiscal
A dificuldade do governo brasileiro, até o momento, de acordo com o relatório do FMI, tem sido lidar com o desafio de reduzir o deficit fiscal e a gestão da dívida, que, de acordo com o órgão, são vitais para a sustentabilidade econômica do Brasil.
Em balanço divulgado em 30 de abril, o Tesouro Nacional informou que a dívida pública federal subiu 0,65% em março em relação a fevereiro de 2024. O estoque chegou a R$ 6,64 trilhões, o que representa uma alta de R$ 43,08 bilhões no período.
O governo trabalha na elaboração de medidas para aumentar a arrecadação e, com isso, atingir as metas para as contas públicas do Orçamento do ano que vem. O prazo para a entrega é 31 de agosto deste ano.
Das medidas anunciadas em 2023 para 2024, estavam alterações na arrecadação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf); taxação de fundos exclusivos e offshores e mudança no modelo do regime de juros sobre capital das empresas.