O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) subiu o tom e disse que “não hesitará” em elevar a taxa básica de juros caso julgue necessário. As informações constam na ata da última reunião do colegiado, divulgada nesta terça-feira, 6.
A autoridade monetária deve adotar uma postura cautelosa em relação às perspectivas inflacionárias, sem se comprometer com estratégias futuras. A Selic poderá subir se a manutenção em 10,5% não for suficiente para controlar a inflação.
“Avaliará a melhor estratégia: de um lado, se […] a manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante”, diz o texto.
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“De outro lado, o comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, acrescenta a ata.
A ata reforçou a necessidade de uma política monetária contracionista por “tempo suficiente” para controlar a inflação.
No fim de julho, o Banco Central decidiu, pela segunda vez em 2024, manter a Selic em 10,5%, em decisão tomada por unanimidade.
A missão da autarquia é manter a inflação no centro da meta até o fim do ano, de 3%. Uma das formas de alcançar isso é aumentando os juros, que desacelera consumo e controla os preços.
O Copom mencionou ainda a alta do dólar e os dados de emprego dos Estados Unidos como preocupantes para a inflação. Esses fatores são vistos como indicativos de uma possível recessão.
Copom observa cenário externo
O Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) também manteve os juros entre 5,25% e 5,50%, o que torna os títulos norte-americanos mais atraentes para investidores e fortalece o dólar perante moedas emergentes.
Com a alta da divisa norte-americana, há uma pressão inflacionária no Brasil devido à dinâmica de importações e exportações.
“Como usual, o comitê focará os mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”, afirma o documento.
“Reforçou-se, ademais, que um cenário de maior incerteza global e de movimentos cambiais mais abruptos exige maior cautela na condução da política monetária doméstica”, acrescenta o Copom.