Os credores aprovaram o plano de recuperação judicial da Oi, na madrugada desta sexta-feira, 19. A companhia telefônica tenta pagar uma dívida de R$ 44,3 bilhões. A proposta foi apresentada na assembleia-geral de credores, em um hotel no Rio de Janeiro. A reunião começou por volta das 14h desta quinta-feira, 18, e teve quase 14 horas de duração.
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De acordo com a emissora CNN Brasil, cerca de 79,9% dos credores quirografários (cujas dívidas não têm garantias), detentores de 56,15% do valor da dívida, votaram favoravelmente ao plano. Nesta quinta-feira, a companhia apresentou uma nova proposta, com 32 documentos anexos que dão suporte ao processo. O evento teve seis pausas para os credores analisarem as informações.
A Oi tem o objetivo de conseguir recursos para sustentar as operações até a realização da venda de ativos. A empresa conseguiu um financiamento de US$ 655 milhões. Cerca de US$ 505 milhões vão ser injetados por credores financeiros. Já a empresa de infraestrutura de telecomunicações V.tal, controlada pelo banco BTG Pactual, deve aportar de US$ 100 milhões até US$ 150 milhões.
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A empresa de telefonia precisou apresentar um pacote de garantias para conseguir o financiamento. A Oi ofereceu a participação na V.tal, o Oi Fibra (internet de banda larga da empresa), o valor que deve receber de um processo contra a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), um grupo de imóveis e equipamentos operacionais.
Oi deve reduzir dívida em cerca de 70%
Segundo a CNN Brasil, a dívida financeira da Oi deve ser reduzida em cerca de 70% por causa de descontos e parcelamentos de saldos devedores no longo prazo. Além disso, o plano prevê a conversão de dívidas em capital social. A ação deve diluir os acionistas em 80%, conforme previsto.
“A empresa terá um endividamento bem menor”, disse Thalles Paixão, diretor jurídico da Oi. Então, estamos falando de ficar com 20% de uma empresa com muito mais qualidade.”
Grande parte do pacote de garantia da Oi para os credores deve completar a quitação de dívidas. A empresa planeja vender a Oi Fibra e a participação na V.tal, além de imóveis espalhados pelo país. Os ativos devem somar mais de R$ 15 bilhões.
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A Oi deve ficar apenas com a divisão de internet, tecnologia da informação (TI) para empresas (chamado Oi Soluções), subsidiárias de call center e serviços de manutenção em campo.
A companhia já negocia a venda da Oi Fibra. O plano prevê arrecadar R$ 7,3 bilhões com o ativo, mas tem flexibilidade para receber valores menores ou até mesmo a entrega de ativos como forma de pagamento.
A empresa entrou em recuperação judicial pela primeira vez em 2016, com R$ 65 bilhões em dívidas. O plano foi concluído em 2022. Porém, a Oi continuou com dívida de R$ 44,3 bilhões, o que levou ao novo pedido depois de poucos meses.
E imaginar que a Portugal Telecom, vendeu os 50% que tinha na Vivo e aplicou na Oi.