A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) rejeitou, nesta terça-feira, 26, a proposta de acordo para encerrar as investigações contra o executivo Sergio Rial, ex-presidente da Americanas. Ele é alvo de ação que investiga supostas falhas na divulgação do escândalo contábil que deu início à crise da rede de varejo.
Responsável por informar o rombo da Americanas em 11 de janeiro de 2023, o ex-CEO havia assumido o comando da empresa havia apenas nove dias. À época, o executivo negou saber previamente da situação financeira da companhia.
Leia mais: “Americanas começa a pagar dívida de R$4 bilhões com credores”
A CVM também rejeitou a proposta de acordo de R$ 600 mil para encerrar o processo contra João Guerra Duarte Neto, ex-diretor de relações com investidores da Americanas. Duarte é investigado por supostamente não ter divulgado a tempo as informações que Rival passou para analistas.
Os dois executivos seguirão como investigados por falhas ocorridas durante a divulgação da crise da companhia. Uma eventual punição não tem implicações penais, mas pode ter impacto na carreira dos dois em empresas de capital aberto, setor sob as regras da CVM. Rial, por exemplo, é conselheiro da distribuidora de combustíveis Vibra.
Leia mais: “Mesmo com rombo bilionário, Americanas gasta R$ 107 milhões para comprar empresa”
Em nota, a defesa do ex-presidente da Americanas afirmou que a decisão da comissão “não surpreende minimamente ante a repercussão do caso”. Ainda de acordo com os advogados dele, apesar da negativa de agora, a “possibilidade de acordo se renova nessa nova fase”.
No entanto, a CVM aceitou a proposta de R$ 2,4 milhões para encerar processo contra Camille Loyo Faria, ex-diretora de relações com investidores da Americanas. Camille também foi processada por por falhas em divulgações.
Leia mais: “Americanas tem queda de 45% da receita e fecha 99 lojas em 9 meses”
O que é a CVM
Criada em 7 de dezembro de 1976, a CVM é responsável por fiscalizar, estabelecer normas e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM investiga o caso Americanas e apura se houve uso de informação privilegiada e ilegalidades na contabilidade da varejista, que teve seu plano de recuperação judicial aprovado em 19 de dezembro de 2023. De acordo com a empresa, a fraude no caixa foi de R$ 25,2 bilhões.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste