O mês de novembro começou com o segundo maior valor nominal da história do dólar. A moeda norte-americana chegou a R$ 5,87 nesta sexta-feira, 1°, com alta de 1,53%.
O maior índice ocorreu em maio de 2020, no auge da pandemia. Na época, o câmbio atingiu R$ 5,90. Analistas acreditam que a desvalorização do real diante do dólar deve-se à insegurança fiscal dos investidores com a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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“Quando o mercado está preocupado, ele compra dólar”, afirmou o economista Carlo Cauti, no Jornal da Oeste. “O dólar iniciou janeiro listado a R$ 4,85. Dez meses depois, começamos o mês de novembro a R$ 5,87. Isso só tem uma explicação e tem quatro letras: Lula.”
Cauti explicou que a balança comercial brasileira está positiva. Isto é, existe a entrada de dólares no país. Além disso, também há conforto na balança de pagamentos e nas reservas internacionais (quase R$ 400 bilhões).
No entanto, apesar de vários fatores positivos, a sequência de erros na gestão do governo Lula prejudica a confiança do mercado.
“Quando as contas públicas fecham com rombo, o governo é obrigado a aumentar os impostos ou imprimir mais dinheiro, aumentando a inflação”, explicou o economista. “Ou seja, o dinheiro em reais vai valer menos. Em ambos os casos, para proteger o patrimônio, compra-se dólares.”
Em meio à alta do dólar, Haddad não prevê corte de gastos do governo Lula
Na última terça-feira, 29, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que não há previsão para cortes de gastos no governo Lula. Haddad havia prometido uma solução para as contas públicas para depois das eleições.
“Não tem uma data, ele [Lula] que vai definir”, afirmou o ministro à imprensa. “Mas a gente está avançando a conversa.”
Em meio à crise econômica e o dólar com valores históricos, Fernando Haddad disse que a Fazenda trabalha para “fazer uma coisa ajustadinha”.