Baixa do real ficou atrás apenas do peso mexicano
Nesta segunda-feira, 23, o dólar subiu perante a maioria dos mercados emergentes, nos quais também persistiu o movimento de fuga de recursos externos.
No Brasil, a falta de medidas mais agressivas do Banco Central (BC) para o câmbio e a visão de que os juros vão cair ainda mais ajudaram a pressionar a moeda, com o real apresentando um dos piores desempenhos entre os emergentes, atrás apenas do peso mexicano.
O dólar à vista fechou em alta de 2,15%, a R$ 5,1347.
O avanço da pandemia de coronavírus, que atingiu quase 300 mil no mundo, e a dificuldade do Congresso americano para aprovar um pacote de medidas fiscais provocaram novo dia de turbulência nas bolsas.
Em movimento de fuga de ativos de risco, o dólar subiu mais de 3% no México e 2% na Índia.
O estrategista de moedas para a América Latina em Toronto do Canadian Imperial Bank of Commerce, Luis Hurtado, ressalta que, apesar do arsenal de medidas e recursos disponível pelo BC brasileiro, o dólar pode voltar a testar níveis acima de R$ 5,20 pela frente, a depender de como evoluir a pandemia de coronavírus no país.
Hurtado acredita que o BC vai seguir cortando juros: “O caso brasileiro é particularmente frágil, na medida em que uma rápida desaceleração do crescimento tem agora ainda mais risco de pressionar as contas fiscais”.
No mercado, cresce o pedido de que o BC reduza a Selic a zero.
Um dos que defendem tal movimento é o ASA Bank, que tem como diretor o ex-secretário do Tesouro Carlos Kawall. Ele também defende um programa mais amplo do governo de intervenção no câmbio, usando as reservas.
Nesta segunda, o BC fez três leilões de dólar à vista, somando US$ 739 milhões, mas sem maior impacto nas cotações.
Com informações da Agência Estado