A inflação na Argentina segue galopante, em meio ao segundo turno das eleições, que ocorrerá em 19 de novembro. Em setembro, por exemplo, o índice subiu 12,7%.
Sergio Massa e Javier Milei disputam a vaga na Casa Rosada, e pesquisas eleitorais mostram que o candidato libertário estaria na frente, com 52%, enquanto Massa teria 48% das intenções de voto.
O vencedor terá de lidar com o problema da inflação, que pode chegar a 200% até o fim de 2023.
Além disso, o escolhido terá de lidar com a maior taxa de juros do mundo, atualmente no patamar de 130%.
O Banco Central da Argentina quase não tem reservas, e o país deve US$ 44 bilhões de dólares ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Leia também: “Campanha de Javier Milei denuncia risco de fraude eleitoral na Argentina”
Atualmente, a Argentina depende de uma impressão constante de papel moeda, numa tentativa de cobrir o déficit nas contas públicas. O país também tenta conseguir empréstimos bilionários de dólares com a China.
“Podemos acabar numa situação em que o próximo governo herdará a hiperinflação”, informou Alejandro Werner, ex-diretor do departamento do Hemisfério Ocidental do FMI. “Os primeiros seis meses serão terríveis.”
Argentinos têm recorrido à criptografia
A fim de lidar com a crescente desvalorização do peso (moeda argentina), alguns argentinos têm recorrido à criptografia, para contornar os controles cambiais impostos pelo atual presidente, Alberto Fernández.
Leia também: “Eleições na Argentina: PT formaliza apoio a Massa em disputa contra Milei”
Atualmente, há mais de uma dúzia de taxas de câmbio em relação ao dólar. O mercado negro avançou para esse “novo mercado”, o que atrapalha o governo.
Além disso, o setor automotivo tem sofrido por não ter conseguido importar peças. Isso ocorre por causa da falta de dólares no mercado, o que impede o pagamento dos fornecedores no exterior.
+ Leia mais notícias de Economia em Oeste
Por exemplo, em outubro, a General Motors (GM) encerrou a produção de sua fábrica em Santa Fé por quase três semanas.
A GM retomou as atividades da fábrica na semana passada, apesar dos pagamentos aos fornecedores estarem atrasados, de acordo com um porta-voz da GM na Argentina.
A Renault suspendeu brevemente as operações de sua fábrica em Córdoba, em agosto.
Penso que um dia antes da eleição o governo argentino vai anunciar que conseguiu um empréstimo bilionário de algum país amigo. Dois dias depois o pais amigo envia um comunicado informando que o empréstimo não foi autorizado em seu país.