Deputados de PDT e Psol atuam para que empresa de mídia prossiga sendo financiada com dinheiro público
Não é só na esfera sindical que a privatização da EBC encontra resistência. Incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, conforme informou Oeste na última semana, a Empresa Brasil de Comunicação já agita a esquerda no Congresso Nacional. Aos menos dois deputados já registraram que são contras a iniciativa. Querem, em resumo, que o projeto midiático permaneça sendo mantido com dinheiro público. Ou seja: financiado com dinheiro do contribuinte.
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O deputado André Figueiredo (PDT-CE) apresentou projeto para suspender o decreto presidencial que abre espaço para a privatização da EBC. Segundo o representante da esquerda nordestina na Câmara, a empresa só pode ter seu modelo de pública para privatizada — ou até mesmo descontinuada — por meio de lei específica. “A desestatização não poderá ocorrer mediante ato infralegal do presidente da República”, disse o pedetista, de acordo com a Agência Câmara. Assim, ele ficou sem explicar a razão que o leva a defender que a EBC prossiga a pesar no orçamento da União.
Nesse sentido, de ir contra a privatização da EBC e não explicar o porquê o projeto criado pelo Lula em 2007 ter que ser mantido somente graças ao dinheiro do contribuinte, André Figueiredo não está sozinho na esquerda que tem vez no Congresso. Líder do Psol na Câmara dos Deputados, a gaúcha Fernanda Melchionna também apresentou proposta contra a inclusão da empresa de mídia no PPI.
Baixa audiência
Para os dois deputados federais da esquerda, a privatização da EBC vai contra os valores democráticos. “[A EBC] é papel de instrumento de uma relação aberta e franca do poder público com a população”, defendem a dupla de parlamentares, segundo a Agência Câmara. Os dois não explicaram, contudo, onde a população entra nessa história — uma vez que a TV Brasil, um dos veículos mantidos pela EBC que mais geram custos à União, é reconhecida pela baixíssima audiência. Em junho de 2019, chegou a ficar atrás de canais de TV por assinatura, conforme noticiou o site Teleguiado.
“Papel de instrumento de uma relação aberta e franca do poder público com a população”
Dinheiro público é dinheiro nosso. Dinheiro nosso, não é para sustentar Empresas Públicas.