Mesmo com as ações anunciadas pelo governo federal para reduzir o estoque de pedidos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a fila segue com quase 1,7 milhão de pessoas que aguardam uma resposta.
Segundo balanço divulgado pelo INSS na sexta-feira 1º, houve aumento de 10% nas análises, mas a fila reduziu-se em apenas 100 mil pedidos de aposentadoria, pensões e auxílios. Em julho, o INSS tinha uma fila de 1,794 milhão, que passou para 1,691 milhão em agosto. Nesse último mês, 880 mil pedidos foram protocolados no órgão.
Quando observados apenas os pedidos de análise administrativa, como os de aposentadoria e pensão por morte, o total caiu 11%, de 1,2 milhão para 1 milhão.
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Em contrapartida, os pedidos que dependem de perícia médica, como os de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez, aumentaram em 6,8%, de 596,7 mil para 637,4 mil.
Entretanto, quando se consideram os pedidos para Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência, que também dependem de perícia, o aumento é ainda maior e o volume chega a 1,074 milhão.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que o aumento da fila do BPC foi causado pelo cancelamento de benefícios irregulares pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e espera a redução da fila nos próximos meses.
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Lupi também anunciou a implementação da telemedicina para substituir a perícia presencial em afastamentos de até 90 dias e a expansão do sistema que permite o envio de laudos médicos pela internet para análise à distância. Além disso, mutirões de perícia e avaliação social têm sido realizados em várias regiões do país, especialmente para os pedidos de BPC.
Ministério vai apurar divergência em números da fila do INSS
O ministério ainda anunciou uma comissão para investigar a diferença de quase meio milhão de pessoas à espera de uma perícia médica. O portal Transparência Previdenciária indica uma fila de 596 mil, mas dados obtidos pela Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo jornal Correio Braziliense mostram 1 milhão de pedidos.
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O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse que o governo ainda não tem uma resposta para a divergência nos pedidos administrativos e por isso uma comissão seria criada para averiguar a divergência de dados.