O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reafirmou, nesta quinta-feira, 27, que foi protagonista na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No encontro, o órgão decidiu elevar a taxa básica de juros em um ponto porcentual em dezembro de 2024 e projetar dois novos aumentos nas duas primeiras reuniões de 2025.
Galípolo falou durante apresentação do Relatório de Política Monetária. Na exposição, o interpelaram sobre quem definiu que a taxa básica de juros deveria chegar aos atuais 14,25% ao ano. A pergunta tinha como pano de fundo atribuir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a estratégia do BC de não dar um “cavalo de pau” depois da gestão de Roberto Campos Neto.
O que disse Galípolo; leia
“Sobre o nosso processo de decisão, eu já tinha dito em dezembro que o Roberto [Campos Neto] tinha sido generoso na última reunião de permitir que eu pudesse assumir um papel maior de protagonismo ao longo da discussão naquela reunião do Copom. Para além disso, todos os diretores têm autonomia, e em todos os meus votos e em todos os votos dos diretores está lá expresso o que é a consciência e a visão de cada um dos diretores.
As decisões têm sido unânimes já há algum tempo, e não cabe a mim fazer comentário sobre qualquer tipo de comentário do presidente da República ou do ministro, mas como eu entendo o comentário que está vindo tanto por parte do presidente, do ministro, de outras pessoas, sobre o tema do cavalo de pau é: eu acho que independentemente de com quem você dialogue, existe, aqui no Brasil, o diagnóstico, já de algum tempo, que há um estranhamento, vamos dizer assim, com o fato de que a gente convive muitas vezes com taxas de juros relativamente elevadas quando comparado com os pares e, ainda assim, a gente vê um nível de atividade econômica mais dinâmico. É o caso que nós estamos vivenciando agora.”
O que disse Lula em janeiro deste ano
Lula disse, no fim de janeiro, quando Galípolo presidiu sua primeira reunião do Copom, que “o presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto, de uma hora para outra”. De acordo com o petista, “já estava praticamente demarcado a necessidade da subida de juros pelo outro presidente”.
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Adoro ver a cara da Narizinho e do Lindinho. Devem estar vendo a boiada passar….
A quem interessa os juros altos?
Banco Central anunciou aumento da taxa básica de juros, a Selic, para 14,25%.
Para piorar a situação do déficit governamental, o aumento na taxa de juros pelo BC faz subir os gastos. A cada 1% de elevação nos juros, a dívida brasileira aumenta em cerca de R$ 50 bilhões, comprometendo o orçamento público.
O aumento da taxa Selic foi criticado pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que condenou a medida por reduzir o consumo e os investimentos.
Ou seja, se aumentar os juros piora a situação do governo e da indústria, para quem é bom?
Segundo o economista Pedro Faria, os juros altos interessam a quem empresta dinheiro, isto é, o sistema financeiro como um todo, como bancos, investidores e até mesmo grandes varejistas, que hoje, apesar de atuarem no comércio, mantêm posições financeiras.
“Quando você aumenta juros, você transfere a riqueza que é produzida pelas empresas do setor real para o sistema financeiro.”
Já o professor de economia da Universidade Federal do Ceará (UFC) Fábio Sobral afirma há outras maneiras de controlar a inflação que não passam por elevar a taxa de juros, como o controle de alguns preços-chave, como o de combustíveis pela Petrobras.
“A inflação brasileira é muito sensível a aumento de combustíveis, aumento de energia elétrica, aumento de remédios. Então se você controla os preços administrados, boa parte da inflação é controlada.”
Dessa forma, para os especialistas, a escolha pelo aumento dos juros é mais do que ineficaz, é contraproducente, uma vez que mina a sustentação financeira do governo, que passa a ter de cortar as despesas sociais para se manter, enquanto beneficia e protege o setor financeiro. Ainda assim, é o principal remédio contra a alta da inflação vendido pelos economistas que montam o Focus.
“O Boletim Focus não é um grupo imparcial, é gente absolutamente interessada em que os juros subam”, diz Sobral.
“É óbvio que eles vão criar impressões de descontrole de uma macroeconomia em estado crítico para que eles tenham os benefícios políticos, econômicos.”
Segundo o professor, o Brasil faz parte de um fluxo internacional de capitais que se aproveita dos altos juros a que são vendidos os títulos da dívida brasileira.
“Retiram empréstimos em países de juros baixíssimos, ou a até 0%, no Japão, convertem esse dinheiro em dólares e compram a dívida pública brasileira, obtendo lucro na diferença gigantesca.”
“Tudo isso é pensado e é proposital. Tudo é trabalhado politicamente. A economia em sua grande parte pelos economistas é uma farsa, uma elaboração fajuta para defender seus interesses próprios.”
Sei que todos nós iremos sofrer, mas será necessário o Bostil passar antes por uma crise econômica extrema, para nos livrarmos (mais uma vez) do PT e da extrema-esquerda do poder federal.
Infelizmente vamos ter que passar por esta grave crise