O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), pesquisa mensal realizada pelo Instituto Público de Pesquisa de Opinião Setorial (Ipsos, na sigla em francês) em 29 países, registrou em abril a terceira queda consecutiva no Brasil.
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O índice mede a disposição da população em participar da economia. O Ipsos é uma multinacional de pesquisa e consultoria de mercado com sede em Paris, França.
Nos últimos meses, fatores como a alta das contas de energia, o aumento do dólar e instabilidades da economia contribuíram com a tendência de queda no Brasil.
Tal situação, segundo Marcos Calliari, CEO do Ipsos no Brasil, revelou um contraste momentâneo entre Brasil e Argentina.
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O CEO conta que o indicador brasileiro caiu 3,5 pontos em relação ao último mês e ficou nos 53,3 pontos em abril. Já o indicador argentino subiu 3,7 pontos, para um total de 44,5.
Comparações com a Argentina, que também tem oscilações
A queda no Brasil foi segunda maior entre todos os países pesquisados, atrás apenas da Índia, que caiu 5,2. Também foi a maior no país desde o início da gestão Lula.
“O sinal é claro: o governo federal não vive um bom momento e os reflexos já são percebidos na própria aprovação de Lula, que vem caindo a cada nova medição”, observa Calliari.
“Os indicadores macroeconômicos também já refletem este momento pouco promissor para a economia”, completou, sobre algumas quedas dos índices da bolsa de valores e as recentes altas da moeda americana.
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“No início do mês, os consumidores também foram diretamente impactados pelo aumento dos preços de medicamentos, que subiram em 4,5%. Estes indicadores são muito visíveis e mostram a fragilidade da economia brasileira atualmente e impactam a confiança no consumo.”
Ao comparar com a Argentina, cujo índice do Ipsos também tem passado por oscilações, ele afirma que este voltou a crescer graças à melhora em alguns indicadores “dramáticos” para o país. Calliari se refere à inflação, que fechou em 11% em março, em uma desaceleração pelo terceiro mês seguido.