A Intel anunciou nesta quinta-feira, 1º, a demissão de 15 mil funcionários como parte de um plano de recuperação. A medida da fabricante de chips do Vale do Silício tem o objetivo de enfrentar os recentes desafios financeiros.
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Os cortes representam 15% da força de trabalho da Intel, de acordo com o site Terra. A empresa também revelou outras medidas de reestruturação e uma redução nos gastos de capital, com o objetivo de economizar US$ 10 bilhões (mais de R$ 57,4 bilhões) até 2025. Além disso, a Intel vai suspender seus dividendos trimestrais no quarto trimestre para reduzir custos.
“Esta é uma notícia dolorosa para eu compartilhar”, declarou Patrick Gelsinger, executivo-chefe da Intel, em uma carta aos funcionários. “Sei que será ainda mais difícil para vocês lerem. Este é um dia incrivelmente difícil para a Intel, pois estamos fazendo algumas das mudanças mais consequentes na história da nossa empresa.”
Queda das ações e desempenho da receita levam Intel à demissão de funcionários
As ações da Intel caíram mais de 17% nas negociações depois do expediente. No segundo trimestre, a receita do negócio de datacenters caiu 3%, enquanto a rival AMD relatou um aumento de 115% no mesmo setor.
Ainda segundo o Terra, a Intel registrou um prejuízo de US$ 1,6 bilhão no segundo trimestre, com uma queda de 1% na receita, o que totaliza US$ 12,8 bilhões (mais de R$ 73 bilhões).
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A margem de lucro bruto foi de 35,4%, uma queda significativa em relação à média histórica de 65%. Para o próximo trimestre, a Intel projetou uma receita entre US$ 12,5 bilhões (R$ 71,6 bilhões) e US$ 13,5 bilhões (R$ 71,4 bilhões), com uma margem de lucro bruto de 34,5%.
Concorrência no mercado de chips
Conhecida por seus microprocessadores, que são o “cérebro” da maioria dos computadores, a Intel diz sofrer uma forte concorrência em chips usados para inteligência artificial. Enquanto isso, ela tenta recuperar sua posição de liderança na fabricação de componentes.
Desde que assumiu como CEO, no início de 2021, Gelsinger tem trabalhado para revitalizar a Intel, incluindo esforços para obter subsídios federais para aumentar a produção de componentes nos EUA.
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Diferentemente de muitos concorrentes, a Intel fabrica e projeta os próprios chips, enquanto outros dependem de fundições externas, como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC).
Manobras contra a crise
Gelsinger lançou um esforço dispendioso para fornecer cinco novas gerações de tecnologia em quatro anos. Também propôs a construção de mais fábricas, o que transformou a Intel em uma grande fundição de chips para terceiros.
Esse plano ajudou a empresa a se tornar a maior beneficiária do chips Act dos EUA e a receber subsídios federais de US$ 8,5 bilhões (R$ 48,7 bilhões). Mas a Intel também enfrenta desafios com a demanda por PCs e a concorrência da Nvidia, que domina o mercado de chips de IA. A AMD também tem conquistado participação no mercado de chips-padrão para datacenters.
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