A falta de matérias-primas e de insumos está no topo lista de problemas para quase 90% dos setores da indústria de transformação no Brasil. Essas dificuldades lideram o ranking há oito trimestres no país.
Os dados aparecem no mais recente boletim econômico elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento foi publicado nesta quarta-feira, 27. A instituição cita como causas da escassez a invasão russa à Ucrânia e os severos lockdowns feitos em cidades chinesas para conter a covid-19.
“Diante disso, as principais consequências são dificuldades em recuperar ou manter a produção, o aumento dos preços de insumos e dos custos nas cadeias de produção, além dos aumentos nos preços dos bens de consumo e a maior pressão sobre a inflação”, explica Paula Verlangeiro, economista da CNI. Dos 25 setores analisados, apenas três (couros e artefatos de couro, móveis, manutenção e reparação) não colocaram a falta ou alto custo de matérias-primas em primeiro lugar entre os problemas enfrentados pela indústria.
Conforme os dados da última sondagem, a falta de matérias-primas é mais perceptível entre os empresários das indústrias de impressão e reprodução: 71,7% deles responderam ter essa dificuldade. Na segunda posição, aparece o setor de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (71%). Em terceiro lugar, figura a indústria automobilística (69,8%).
Além disso, o índice de respostas listando a falta de matérias-primas ficou acima de 50% em 17 setores. Até mesmo a indústria de alimentos entrou nessa lista (57,4%).
Ucrânia não tem muito a ver com isso. O que está matando a indústria fornecedora de componentes é a política suicida ambientalista, com a Alemanha no topo.