A Hapvida, uma das maiores operadoras de saúde do Brasil, perdeu cerca de R$ 10,5 bilhões em valor de mercado na quarta-feira 1º. O resultado desastroso foi provocado após a divulgação do balanço da companhia, que apontou um prejuízo líquido superior de R$ 316 milhões no quarto trimestre do ano passado.
Os papéis da Hapvida na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerraram o pregão de ontem com queda de quase 33%, cotados a R$ 3,02. Com a oscilação negativa, o valor da companhia caiu de R$ 32 bilhões para R$ 21,5 bilhões.
Os resultados do quarto trimestre de 2022 da Hapvida mostraram tendências consideravelmente piores do que o esperado, principalmente para rentabilidade, avaliou o Itaú BBA. “A empresa não conseguiu entregar uma geração de caixa mais forte no trimestre, postergando uma maior desalavancagem financeira no curto prazo”, afirmou o banco em relatório.
A empresa, que se fundiu com a Notre Dame Intermédica em 2021, não conseguiu compensar a alta nos custos por beneficiários com os reajustes de preços.
O CEO Jorge Pinheiro disse que 2021 foi dominado pela pandemia e que o ano passado foi o início de um período de transição para a normalidade, mas ainda marcado por custos médicos muito altos.
“No quarto trimestre, vimos uma desaceleração no ritmo de aumentos de custos, mas ele continua alto, tanto por repasse ao consumidor na nossa rede própria quanto por um volume maior de terapias e procedimentos de altos custos na rede terceirizada, que é um objeto de muita atenção nossa,” disse o CEO da companhia aos analistas.