Agentes do mercado financeiro estão pessimistas com a queda de juros no Brasil. Especialistas de instituições financeiras disseram ao jornal Valor Econômico que a estimativa é que a taxa do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) termine o ano em 9,75%. Antes, a hipótese era que terminasse na casa dos 9%.
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Diante desse cenário, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, destacou quatro pontos para os possíveis próximos passos da política monetária no Brasil. A fala dele ocorreu em um evento da XP Investimentos em Washington, capital dos Estados Unidos.
De acordo com o dirigente do BC, a primeira opção seria manter o corte de 0,5%. A segunda seria diminuir o ritmo de corte para 0,25%. A terceira hipótese mencionada é congelar a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, nos atuais 10,7% ao ano. Por fim, a quarta possibilidade seria voltar a elevar os juros.
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Segundo o Valor Econômico, o presidente do BC “buscou desfazer-se da orientação indicada no comunicado” do Comitê de Política Monetária (Copom). O órgão via como apropriado mais um corte de 0,5% na taxa Selic.
A incerteza do mercado financeiro não é um bom sinal para a queda de juros
O economista-chefe do Banco Pine, Cristiano Oliveira, disse que essas incertezas não são boas para o ritmo dos cortes de juros.
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“Se as incertezas do mercado não diminuírem, tudo indica que haverá uma redução no ritmo dos cortes de juros aqui no Brasil”, disse Oliveira. “Vi a fala como muito importante, porque em um regime de metas de inflação, é fundamental que a autoridade monetária tenha sempre uma indicação futura muito atualizada e que leve em conta a realidade dos fatos.”
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