O Morgan Stanley rebaixou a recomendação do Brasil para underweight, ou seja, abaixo da média do mercado ou equivalente à venda, em razão de um cenário de risco político e de preocupação fiscal observado no país. A nova recomendação consta de relatório sobre as projeções para os mercados da América Latina em 2025, divulgado na segunda-feira 18.
“O Brasil permanece em um impasse fiscal que provavelmente necessitará de um ponto de virada”, afirma o Morgan Stanley. Para o banco, a capacidade de o governo brasileiro convencer os mercados sobre as metas fiscais é chave para manter a confiança de investidores domésticos e internacionais no país.
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Na projeção do Morgan Stanley, o preço-alvo do Ibovespa será de 146 mil pontos ao fim de 2025, o que representa um potencial de valorização de 14% em relação ao fechamento de quinta-feira, 14.
O cenário do Morgan é de que o governo continue avançando “aos trancos e barrancos” em relação ao ajuste fiscal, o que manteria a taxa de juros elevada. “O governo realizaria alguns cortes de despesas próximos às expectativas do mercado (cerca de R$ 50 bilhões) — o crescimento econômico e dos lucros desacelerariam, mas evitariam uma recessão, e os fluxos líquidos de saída de capital doméstico permaneceriam nos níveis atuais”, acrescenta o relatório.
Cenários possíveis, segundo o Morgan Stanley
Já no cenário otimista, o Ibovespa iria a 160 mil pontos no fim de 2025 (potencial de valorização de 25% ante o fechamento de quinta-feira). O contexto, nesse caso, seria de uma mudança no modelo de crescimento econômico do país em direção às exportações e aos investimentos, de modo que as autoridades restringiriam os gastos além das expectativas de consenso do mercado.
Assim, o crescimento econômico se desaceleraria em um movimento de “pouso suave” e as entradas de fluxo para as ações brasileiras se acelerariam.
No cenário pessimista, por sua vez, o Ibovespa iria para 105 mil pontos (queda de 18% em relação ao fechamento de quinta-feira). O contexto, nesse caso, seria a manutenção dos gastos elevados antes das eleições presidenciais de 2026, desencadeando em uma reação negativa mais forte nos mercados de renda fixa.
Isso geraria um “pouso forçado”: forte desaceleração econômica e de lucros, à medida que as taxas de juros afetariam o crescimento e a confiança dos investidores. Além disso, contaria com um crescimento global mais fraco do que o esperado, o que representaria um vento contrário aos preços de commodities.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado