O que o Brasil perde em uma disputa comercial com os EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em resposta às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas aos produtos brasileiros, afirmou que, caso isso aconteça, o Brasil tomará medidas de reciprocidade.

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“Se ele taxar os produtos brasileiros, o Brasil também aplicará tarifas sobre os produtos americanos, não tem segredo”, disse o presidente na quinta-feira 30, relata o jornal O Estado de S. Paulo.

Lula também ressaltou que seu objetivo é melhorar as relações entre os dois países, apesar das declarações de Trump, que havia citado o Brasil como um dos países que impõem tarifas elevadas e que, segundo ele, buscam “prejudicar” os EUA. Quem ganha e quem perde neste braço de ferro?

Os dados da balança comercial brasileira de 2024, prossegue o jornal, indicam que o Brasil importou mais do que exportou para os Estados Unidos. Entre janeiro e dezembro de 2024, as exportações para os EUA cresceram 9,2%, atingindo US$ 40,33 bilhões, recorde histórico.

Enquanto isso, as importações aumentaram 6,9%, totalizando US$ 40,58 bilhões, o que gerou um déficit de US$ 0,25 bilhão, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Das exportações para os Estados Unidos, 25% desse valor foi proveniente do minério de ferro.

O Monitor do Comércio Brasil-EUA, da Amcham Brasil, indicou que o volume exportado atingiu 40,7 milhões de toneladas, com um crescimento de 9,9% em relação a 2023.

Os Estados Unidos ocupam a segunda posição no destino das exportações brasileiras, com 14,95% do total, atrás da China, que responde por 21,10%.

Os principais produtos exportados para os EUA em 2024 foram:

Minério de ferro: 25,3%;
Óleo de petróleo ou minerais betuminosos: 19,07%;
Soja: 11,52%;
Carne: 10,6%;
Celulose: 9,15%.

A análise da Amcham Brasil também destacou que as vendas da indústria brasileira para os Estados Unidos atingiram um recorde de US$ 31,6 bilhões, com um crescimento de 5,8% em comparação com 2023.

A indústria de transformação foi responsável por 78,3% das exportações brasileiras para os EUA, o principal destino, à frente da União Europeia (US$ 22,4 bilhões) e do Mercosul (US$ 18,8 bilhões).

No setor agropecuário, as exportações para os EUA apresentaram um crescimento de 36,9%, superando o aumento de 11% nas exportações para o resto do mundo.

Importações dos EUA para o Brasil

Quanto às importações, os produtos mais comprados pelo Brasil dos Estados Unidos foram:

Válvulas, tubos, transistores e afins: 7,13% do total;
Equipamentos de telecomunicações, incluindo peças e acessórios: 5,36%;
Veículos: 5,06%;
Compostos organo-inorgânicos e afins: 4,17%;
Inseticidas e produtos relacionados: 3,22%.

Por fim, a Amcham Brasil apontou que as importações do Brasil de produtos dos Estados Unidos em 2024 representaram o segundo maior volume da história, ficando atrás dos US$ 51,3 bilhões registrados em 2022.

Para Lula, o objetivo é melhorar as relações entre os dois países, apesar das declarações de Trump, que havia citado o Brasil como uma das nações que impõem tarifas elevadas e que, segundo ele, buscam “prejudicar” os EUA.