O secretariado da Organização Mundial de Comércio (OMC) publicou nesta quarta-feira, 17, relatório de revisão sobre as políticas comerciais da China. A entidade, sediada em Genebra, afirma que o papel do comércio, com reformas estruturais orientadas para o mercado, liberalização econômica e integração internacional, deve ser “crucial para as perspectivas futuras de crescimento” do país. Na sua avaliação, a OMC destaca que o papel chinês na economia e no comércio globais continua a aumentar.
A OMC menciona que o país deve crescer 4,6% neste ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), com mais desaceleração possível adiante, conforme a população envelhece, a força de trabalho diminui e a desaceleração da produtividade aumenta. “Mais riscos de baixa nos próximos anos incluem tensões geopolíticas, uma contração maior que a esperada no setor imobiliário e crescimento mais fraco global pesando na demanda”, afirma o órgão.
A China continua a ser uma importante força motriz para o crescimento econômico global, diz a OMC. A economia do país se recuperou bem dos choques da pandemia, e suas exportações e importações continuam a crescer. A organização pondera, porém, que uma mudança estrutural na economia chinesa, afastando-se da indústria na direção do setor de serviços, “ficou estagnada”.
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A OMC diz que a taxa de poupança da China continua a ser “muito elevada na comparação internacional”. O consumo doméstico poderia ser impulsionado no longo prazo por reformas no sistema previdenciário, no setor de saúde e moradia, bem como liberalização no setor de serviços. A dívida do governo cresceu a 116% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, quando em 2020 era 99%.
China, estabilidade de preços e investimentos estrangeiros
A estabilidade de preços continua a ser o principal objetivo da política monetária chinesa, aponta a OMC. A inflação do país “tem seguido baixa ao longo dos últimos anos”, com máxima de 2,9% em 2019, enquanto o país mantém um regime de câmbio flutuante, mas determinado em referência a uma cesta de moedas e com intervenções do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) “apenas para impedir flutuações excessivas no curto prazo”, diz a entidade.
O investimento estrangeiro direto (IED) na China recuou de US$ 189 bilhões em 2022 a US$ 163 bilhões em 2023. O setor manufatureiro continua a ser o maior receptor desse investimento
Além disso, a OMC comenta que o país continua a dar apoio financeiro “e outros incentivos” a diferentes setores e indústrias locais.
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Revista Oeste, com informações da Agência Estado