O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa de juros para 12,25% ao ano, nesta quarta-feira, 11. O órgão elevou em um ponto porcentual a Selic, com o objetivo de combater a inflação. A decisão foi unânime.
“O comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, informou o BC. “A inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.”
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Segundo o Copom, a pesquisa Focus elevou as expectativas da inflação para 2024 e 2025 para em torno de 4,8% e 4,6%, respectivamente. O comitê informou que acompanha como a atual política fiscal tem impactado a política monetária e os ativos financeiros.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista”, afirmou o Copom.
Pacote de gastos tem influência na taxa de juros
A política fiscal referida pelo órgão envolve o pacote de gastos, anunciado no fim de novembro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida visa a cortar R$ 70 bilhões do orçamento em dois anos. O mercado esperava cortes mais rígidos nos gastos do governo.
O BC informou que, ao se confirmar o cenário esperado, nas duas próximas reuniões o Copom deve realizar um aumento de 1 ponto porcentual a taxa de juros. O comitê se reúne a cada 45 dias.
A reunião desta quarta-feira foi a última presidida por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Para assumir o cargo, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou Gabriel Galípolo, que deve tomar posse em janeiro de 2025. Embora o governo federal critique a alta de juros, o indicado pelo chefe do Executivo votou pelo aumento.
Todos os membros do comitê votaram pelo aumento:
- Roberto Campos Neto;
- Ailton de Aquino Santos;
- Carolina de Assis Barros;
- Diogo Abry Guillen;
- Gabriel Muricca Galípolo;
- Otávio Ribeiro Damaso;
- Paulo Picchetti;
- Renato Dias de Brito Gomes; e
- Rodrigo Alves Teixeira.
Quero ver se com a saída do Campos Neto, se esse equilíbrio vai continuar…..
Única medida possível para controlar inflação. Decisão unânime, parabéns Banco Central.