Em entrevista publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na terça-feira 8, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um balanço sobre seus três primeiros anos à frente da pasta. Ele destacou avanços importantes em meio a um cenário de extrema dificuldade, agravado por causa da pandemia de covid-19. Segundo Guedes, é necessário avançar na agenda de reformas, mesmo em um ano eleitoral, no qual deputados e senadores estão mais preocupados em buscar votos em suas bases do que em analisar propostas de modernização econômica encaminhadas ao Congresso.
Leia os principais trechos.
O impacto da pandemia na agenda de reformas
Acho profundamente desonesto ignorar o impacto da pandemia na agenda econômica. Todas as narrativas reconhecem que a pandemia foi algo terrível, que efetivamente foi uma tragédia de dimensões planetárias. Mas, quando se fala do seu impacto na economia, as cobranças são como se não houvesse uma guerra e como se, nos três anos em que estamos aqui, dois não tivessem sido voltados à pandemia. […] A pandemia mudou todo o nosso cronograma. No primeiro ano, a prioridade absoluta era o controle de despesas do governo. Além da reforma da Previdência, entregamos a reforma administrativa para o Executivo examinar e a PEC do Pacto Federativo para o Senado, que era um marco de controle fiscal. No segundo ano, o plano era fazer a reforma tributária e acelerar as privatizações. Já havíamos começado a vender subsidiárias de estatais e entraríamos nas maiores empresas. Aí, quando chegou a doença, saímos do trilho das reformas e fomos atacar a pandemia. Quem é que iria falar de privatização no meio da pandemia? Ainda assim, conseguimos R$ 230 bilhões com as vendas de subsidiárias de estatais, que não demandavam mudanças constitucionais, em dois anos, e desalavancamos os bancos públicos em mais R$ 220 bilhões. Em quatro anos, no mesmo compasso, daria quase meio trilhão em privatizações.
Reformas em ano eleitoral
É necessário haver um reforço da aliança dos liberais com os conservadores, em defesa de um programa liberal democrata na economia. Há conservadores em torno do presidente que o aconselham a não empreender as reformas administrativa e tributária, por receio de que percam votos, enquanto os liberais insistem que, para manter os seus votos, os votos do centro, é importante que as reformas estruturantes prossigam, pois essas reformas é que garantem o caminho da prosperidade. Mil vezes eu falei para o presidente o seguinte: “O senhor quer dar certo? Vamos fazer a coisa certa. Eu estou aqui para ajudá-lo a fazer a coisa certa. Se o senhor fizer a coisa certa, o senhor será reeleito, o senhor tem chance de ganhar a eleição. Se não fizer, não”. Então, acho que, nesta reta final, um maior compromisso com a agenda liberal pode ajudar muito, porque este é um governo de reformas. Nós temos de seguir com as reformas. […] O presidente da Câmara falou que já fez a reforma tributária e está esperando o Senado avançar com a parte dele e que está disposto a retomar a reforma administrativa. O presidente do Senado também falou que vamos seguir com as reformas que são importantes para o Brasil. Então, acho que tem chance de sair a mudança no Imposto de Renda. Acredito que vão sair também as privatizações dos Correios e da Eletrobras.
Expectativa para o PIB em 2022
Hoje, nós somos o único país que já está de novo onde estava antes de a pandemia chegar. Eu disse que isso iria acontecer, mas as pessoas não entenderam direito. Eu não faço previsões, mas acredito que, neste ano, a economia vai crescer mais. […] Passaram um ano falando que iria dar tudo errado, porque o fiscal estava fora de lugar. Aí, fechamos o ano com um pequeno superávit. Agora vai dar errado por quê? “Ah, porque a inflação está alta.” As previsões são de que a inflação vai rachar ao meio, vai cair de 10% para 5% neste ano. Com a inflação em queda, os juros vão cair também, porque existe o equilíbrio fiscal. “Ah, e o emprego? A economia vai ficar parada, não vai criar mais emprego.” Eu acho que vão errar de novo. Em 2021, nunca se gerou tanto emprego no país. Houve um recorde de criação de empregos. Se pegar desde o fundo do poço, foram mais de 3 milhões de empregos formais e mais de 9 milhões no total, incluindo empregos formais e informais. E qual foi a narrativa desses economistas? Que o emprego cresceu, “mas o salário médio caiu”. É claro, eles queriam que, depois de uma guerra, o salário médio tivesse subido?
Preço dos combustíveis
Não é o Bolsonaro que está fazendo o petróleo subir lá fora nem o ministro Paulo Guedes, assim como não sou eu quem controla o regime de chuvas e está subindo a tarifa de eletricidade. Juntando isso tudo, acho natural que a classe política reaja procurando soluções. O problema é que normalmente procuram soluções que já deram errado muitas vezes. Tem gente que propõe controle de preços, fundos de estabilização. São medidas emergenciais e a maior parte delas, dependendo de como são tratadas, pode até agravar em muito o problema. […] A gente tem simpatia pela ideia de zerar os tributos do óleo diesel, cujo impacto fiscal deve ser de cerca de R$ 17 bilhões ou R$ 18 bilhões ao ano, que seria um mal menor. Se eu ainda reduzir 25% do IPI, seriam mais R$ 20 bilhões, mas aí seriam R$ 10 bilhões meus e R$ 10 bilhões dos Estados e municípios. Isso elevaria o custo total para o governo federal para R$ 27 bilhões, que representam 0,2% do PIB. A proposta do Senado, que sugere a criação de um fundo para redução de tributos dos combustíveis, do botijão de gás, da energia elétrica e até de passagens de transporte público urbano para idosos, independentemente de a pessoa ser rica ou pobre, tudo ao mesmo tempo, é uma bomba fiscal. Seu custo poderá chegar a R$ 110 bilhões, R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões ao ano. Essa proposta tem o potencial de anular todos os ganhos que ela busca, pelo potencial que tem de provocar uma alta do dólar, com reflexos nos preços dos combustíveis. É uma insensatez.
Falta de apoio
Não tive o apoio que tinha de ter. Realmente, esperava mais apoio para essa agenda. Agora, eu vou lhe perguntar o seguinte: nós entramos neste governo com apoio parlamentar? Vocês acham que tínhamos apoio parlamentar para tocar essa pauta? Depois, com as mudanças no PSL, que era o partido de sustentação do governo, a situação ainda ficou mais complicada. O governo só encontrou eixo parlamentar agora, nos últimos dois anos. Você vê como as reformas andaram em 2021, mesmo num ano de pandemia, com a aprovação da autonomia do Banco Central, dos novos marcos regulatórios do gás, do saneamento, das ferrovias e da cabotagem, além da Lei de Startups, da Lei de Falências e da BR do Mar. Quando tem apoio parlamentar, a coisa anda. E, quando não tem, como é que você sustenta um governo? Motivando, lutando contra as falsas narrativas. Criando pressão para a mudança.
Resiliência
A força que me mantém aqui é um enorme senso de compromisso e de responsabilidade com 200 milhões de brasileiros, que eu sei que pude ajudar e que estou ajudando em uma base diária. Para isso, estou tendo de ignorar e resistir a tudo. Meu maior ativo não foi a resiliência, porque isso vocês podem dizer que a Dilma, que é cabeça dura para caramba, tem. Meu maior ativo é sempre dar passos para a frente na hora que abre a janela. Pelo menos, eu mostrei o que tem de ser feito, conduzi a minha tropa e muito foi realizado.
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É só prestar atenção ao currículo do ministro Paulo Guedes para perceber que ele é o melhor para o Brasil. Parabéns Ministro que o Senhor Deus te conceda muita saúde, nesse cenário político que nós vivemos o Senhor vai precisar. Estamos contigo.
Parabéns ao ministro Paulo Guedes!!
É um gigante lutando contra o corporativismo do funcionalismo e do protecionismo, t
Perfeita análise, é uma pena que a classe política, faz sempre a escolha errada, quando tem que decidir, decide pelo populismo. Olha só, o que o populismo fez com a Argentina. Nem vamos falar da Venezuela.
Para os que simpatizam com as ideias do P Guedes eu recomendo a leitura do livro ” Lanterna na Pôpa”, de Roberto Campos. Ali ele desfia de modo instigante o ideário liberal. Foi um desastre os militares terem aderido ao estatismo, pois do contrário todo o esforço atual já estaria feito há 50 anos e não existiria PT. (Nota: incentivado por Golbery para bombardear Brizola – vejam a cagada que ele fez).
Dá para não aplaudir Bolsonaro que tem ministros como Paulo Guedes, Tarcísio de Freitas, Rogério Marinho, Tereza Cristina, Gal. Augusto Heleno, Gal. Braga Neto, Marcos Pontes, Al. Bento Albuquerque, Marcelo Queiroga, Damáres Alves, Onix Lorenzoni, João Roma, Gilson Machado, Vagner Rosário, Anderson Torres, Milton Ribeiro, Fabio Faria e o presidente BC Roberto Campos Neto?
Ex tucano desde a fundação do partido até 2019 ano que se revelaram os maus caráter FHC e DÓRIA, votei em Bolsonaro em 2018 já no primeiro turno e volto a fazê-lo em 2022. E agora já sou ALIANÇA PELO BRASIL.
Campanha eleitoral: Paulo Guedes, ministro da economia em 2023 e, a partir de agora, Tarcísio governador de São Paulo.
Importante: menos candidatos a governador e presidente e, mais candidatos liberais/conservadore para o senado e câmara dos deputados.
Parabéns Ministro Paulo Guedes!