O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira, 10, que a instituição financeira avalia maneiras de diminuir a inadimplência em operações com cartão de crédito rotativo.
A inadimplência ocorre quando uma pessoa não paga o valor total da fatura, e o restante dela passa para o mês seguinte.
Conforme o BC, a inadimplência no cartão de crédito representa 50% das operações. Nenhum outro país tem um nível tão alto.
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Campos Neto afirmou que a proposta do Banco Central deve ser apresentada oficialmente nas próximas semanas. Em substituição ao rotativo, a instituição financeira avalia enviar o devedor diretamente para um parcelamento desse saldo — com juros de cerca de 9% ao mês, pouco acima da metade dos atuais 15%.
O BC também avalia sugerir a criação de uma tarifa para desincentivar compras desenfreadas no crédito, em uma quantidade grande de parcelas. Especialistas afirmam que essa medida é determinante para o endividamento dos consumidores.
As alternativas para o rotativo do cartão de crédito
De acordo com o presidente do BC, outra alternativa seria limitar os juros no cartão de crédito rotativo. Nesse caso, a medida poderia levar os bancos a retirarem o crédito de correntistas com “maior risco” de não honrar a fatura. Isso prejudicaria o consumo e o varejo.
“Não é proibir o parcelamento sem juros”, disse Campos Neto. “É simplesmente tentar que fique um pouco mais disciplinado. Não vai afetar o consumo. Lembrando que cartão de crédito é 40% do consumo no Brasil.”
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Não é ponto para o Governo.
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