O enfraquecimento do real e o desestímulo à aprendizagem da língua inglesa, uma das marcas negativas do atual governo federal, estão entre os motivos que têm “empurrado” a mão de obra brasileira para empresas estrangeiras.
Conforme a pesquisa “Brazilian Global Salary 2025”, da plataforma TechFX, trabalhar para companhias internacionais permite aos brasileiros ganhar até três vezes mais em salários. Por trás desse rendimento está a força do dólar e a importância de se falar inglês.
Empresas pagam 160% a mais para fluentes em inglês
De acordo com uma pesquisa que entrevistou 1,4 mil brasileiros que trabalham para empresas estrangeiras, quem tem inglês avançado ganha 67% a mais do que aqueles que dominam o idioma em nível intermediário.
Quem, no entanto, apresenta um inglês fluente obtém rendimentos 55% maiores do que aqueles em estágio avançado. Comparado aos “intermediários”, os fluentes levam uma vantagem de 160%.
Outro recorte do estudo é o crescimento salarial, impactado sobretudo pela valorização cambial. Os profissionais que recebem em dólar, segundo o levantamento, viram seu salário subir 24% entre janeiro e dezembro de 2024.
“Brincamos que o pessoal que recebe em moeda estrangeira nem precisa pedir aumento para o chefe”, diz Eduardo Garay, CEO da empresa responsável pela pesquisa. Uma comparação prática: profissionais com cargo de nível júnior no setor de tecnologia têm um salário médio de R$ 13 mil quando alocados em empresas de fora; no mercado nacional, esse valor fica em torno de R$ 4 mil.
Serviço de brasileiro custa menos
Para as empresas estrangeiras, contratar brasileiros é uma boa estratégia em tempos de real em baixa. Isso acontece porque o contratante passa a pagar menos pelos serviços do contratado. Para se ter uma ideia do desequilíbrio, os norte-americanos ganham quase que o dobro do que os nativos do Brasil. Detalhe: ambos exercem a mesma função.
A pesquisa informa que o país estrangeiro que mais recruta brasileiros são os Estados Unidos, com 85,5% das contratações. Conforme Garay, em entrevista ao jornal Valor Econômico, uma das razões é o fuso-horário. Como são fusos parecidos, acaba facilitando a colaboração dos times remotos”.
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