Em 2022, quando a pandemia da covid-19 caminhava para o fim, a elite brasileira – que representa 0,01% da população – havia quase dobrado sua renda. O dado faz parte de um levantamento do economista Sérgio Gobetti, que acompanhou os rendimentos dos brasileiros por um período de cinco anos.
O estudo acaba de ser publicado no Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
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Ele também revela que os 95% mais pobres tiveram seu rendimento praticamente estagnado entre 2017 e 2022: apenas 2% acima da inflação, que chegou a 31% no período.
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Entre a elite, formada por cerca de 154 mil pessoas, foi observado um ganho de até 87% no seu capital. De acordo com a publicação, a renda desse grupo subiu de R$ 236 mil para R$ 441 mil nesses cinco anos.
Topo da pirâmide
Com relação à receita dos 15 mil cidadãos que compõem o topo da pirâmide social do país, ela cresceu até o triplo, se comparada com a parcela mais pobre da população.
Duas principais razões provocaram esse cenário, segundo o economista. O primeiro deles foi o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. O segmento fechou 2022 com exportações recordes de US$ 159 bilhão, crescimento de 32% em relação a 2021, conforme dados do governo federal.
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Além disso, Gobetti destaca o aumento do valor distribuído em forma de lucros e dividendos, que saltou de R$ 371 bilhões, em 2017, para R$ 830 bilhões em 2022.
Para o especialista, este padrão de concentração de renda da elite representa um recorde histórico.
Curiosamente coincide com os anos Bolsonaro! Extranho, não?