A Sabesp concluiu sua privatização, processo que deve trazer mais eficiência e destravar projetos importantes, segundo especialistas. A liquidação da oferta pública de ações está prevista para esta segunda-feira, 22, depois da publicação do prospecto definitivo na última sexta-feira, 19, informou a Folha de S.Paulo.
A publicação do prospecto marcou um avanço significativo no processo de privatização da companhia de saneamento.
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O economista Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp, elogia a empresa e a coloca como a melhor estatal do Brasil. Ele ressalta, porém, os benefícios de um sócio privado na aquisição. “Sem essas amarras, a Sabesp será mais eficiente”, afirmou. O governo de São Paulo, controlador da empresa, influenciava negativamente na continuidade dos projetos devido aos ciclos políticos, de acordo com especialistas.
No novo modelo, o governo estadual não indicará mais o diretor-presidente. A participação estará restrita à votação para CEO. O conselho de administração será composto de nove membros: três indicados pelo governo, três pelo acionista de referência e três independentes.
Fundada em 1973, a Sabesp atende 28,1 milhões de pessoas com abastecimento de água, sendo 24,9 milhões também clientes de coleta de esgoto. A companhia está presente em 376 municípios paulistas, o que representa 58,3% do Estado.
O analista Marcos Duarte, da Nova Futura Investimentos, observa que o preço ofertado de R$ 67 pela Equatorial Energia, futura acionista de referência, é atraente.
As ações da Sabesp atingiram seu maior valor desde o IPO em 2000, cotadas a R$ 84. Em 2023, a empresa teve um ebitda de R$ 9,6 bilhões, alta de 35,9%, e lucro líquido de R$ 3,5 bilhões, aumento de 12,9%.
Participação do governo e da Equatorial depois da privatização
Com a privatização, a participação do governo de São Paulo na Sabesp será reduzida de 50,5% para 18%. A Equatorial arrematou 15% das ações e 17% foram ofertadas ao mercado. A privatização atraiu 270 investidores institucionais, com demanda de R$ 187 bilhões, o que supera em quase 30 vezes o volume inicial esperado.
Gesner Oliveira destaca a importância da manutenção do governo na sociedade para a função pública da Sabesp e vê a entrada da Equatorial como positiva. A Equatorial tem experiência no setor de energia e é conhecida por boa governança e redução de perdas.
O processo de privatização, iniciado com um estudo de viabilidade pelo IFC, visava à redução das tarifas de água e esgoto. Apesar de considerar a venda total da Sabesp, a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) optou por vender parte do capital social, para arrecadar R$ 14,8 bilhões no total.
Tem que privatizar.
Empresa publica via de regra oferece serviços piores e mais caros.
É verdade!