Os temporais que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana causaram prejuízos nas lavouras, o que afetou a principalmente a produção de arroz. O Estado é o maior produtor do cereal no Brasil e deve sofrer grande impacto devido ao volume excessivo de chuvas. A situação preocupa agricultores locais.
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O território gaúcho é responsável por 70% da produção de arroz no país, mas enfrenta riscos decorrentes das atuais condições climáticas. A previsão inicial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), indicava uma colheita de 7,48 milhões de toneladas ao final desta safra. No entanto, a ocorrência dos temporais deve impactar negativamente esse resultado.
Atrasos na colheita e qualidade do arroz
A dificuldade em calcular os prejuízos no momento se deve à continuidade das tempestades, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). A colheita, que deveria ter sido concluída em abril, encontra-se atrasada devido às chuvas. O cenário deve afetar principalmente a região central do Estado, de acordo com o órgão.
O fim da safra deste ano deveria ter ocorrido em abril, mas as chuvas atrapalharam. O Irga informou que 82,8% da colheita foi concluída. Ainda faltam cerca de 150 mil hectares para serem colhidos.
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Além dos atrasos na colheita, a qualidade do arroz tende a ser comprometida quando cultivado fora do período ideal, o que gera grãos de qualidade inferior. Essa situação já foi observada no ano anterior, quando as chuvas também impactaram o plantio das sementes.
“A produtividade do arroz no Estado estava estimada em 8,6 kg por hectare, mas eu imagino que agora vai ter uma diminuição, talvez algo em torno de 8.,2 kg a 8,3 kg por hectare, e isso deve trazer uma perda de 5% a 7% na safra”, afirmou ao UOL Ariano Magalhães Júnior, pesquisador da Embrapa Clima Temperado.
Impacto no preço e na logística de transporte
A expectativa é de que o preço do arroz aumente devido aos problemas na safra. A diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) informou que há grande possibilidade de o consumidor ser prejudicado. A logística de transporte do arroz também deve contribuir para a piora nesse cenário devido aos bloqueios de rodovias ocasionados pelas chuvas, o que dificulta a distribuição do produto.
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A situação é a seguinte: Se já colheram o arroz, eles devem estar armazenados debaixo d’-agua, se ainda não colheram, estão debaixo d’água do mesmo jeito. Então dizer que o preço do arroz vai subir, é como somar 1+1.
Eu acho, que muitos silos que tinham armazenado a safra colhida, pode ter comprometida com as enchente.
Eu acho, que muitos silos que tinham armazenado a safra colhida, pode ter comprometida com as enchente.