Setor teve rápido reaquecimento em países como o Reino Unido e pode ser beneficiado pela economia feita durante o confinamento social prolongado
Em webinar realizado nesta quarta-feira pela Bites Consultoria, a professora de Turismo da Universidade de São Paulo (USP) Mariana Aldrigui fez uma previsão otimista sobre a área com o fim da pandemia de coronavírus.
“No Reino Unido, mal o isolamento acabou, o público voltou a viajar”, apontou.
Para Mariana, se antes do coronavírus o setor do turismo considerava ampliar a capacidade, hoje as cidades pensam em adequar suas ofertas em função da demanda que recebem.
As viagens internacionais programadas anteriormente acabarão sendo deixadas de lado.
“Os grandes mercados domésticos serão valorizados, porque será muito mais fácil viajar no Brasil do que para fora”, constata.
A professora também destacou a importância de as companhias voltadas para o turismo se concentrarem em inteligência, seja ela artificial ou de negócios, para seguir em frente.
“Apenas oferecer uma boa experiência já não será suficiente.”
Sustentabilidade, pero no mucho
Durante o evento, Mariana ponderou sobre as mudanças de valores humanos, reflexo do período de confinamento. O consumo pelo consumo já não basta.
“Antes todo mundo estava preocupado com as mudanças climáticas e com a sustentabilidade”, argumentou a professora. “Agora, falo em sustentabilidade, pero no mucho, porque a quantidade de uso de plástico já não é mais tão restrita depois de tudo o que aconteceu.”
Dinheiro para as viagens não deve faltar, considerando que, de acordo com Mariana, além de o brasileiro gostar de planejar suas viagens, muitos não tiveram gastos durante o período de confinamento social.