As varejistas brasileiras reagiram à decisão do governo Lula de isentar os marketplaces estrangeiros do imposto de importação.
Dois ofícios sobre o tema foram encaminhados na segunda-feira 10 pelo Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) aos Correios e à Senacon, secretaria ligada ao Ministério da Justiça. A informação é do jornal Valor Econômico.
As companhias nacionais passaram a cobrar ações mais duras de órgãos do governo diante do risco de novas “invasões” de produtos asiáticos no Brasil.
Segundo o jornal, é uma reação após inesperada portaria do governo que determinou isenção do imposto de 60% em remessas de até US$ 50, caso as plataformas atendam a condições de um programa de conformidade.
A portaria também foi criticada pela indústria têxtil. Segundo empresários, a isenção do imposto de importação fere a isonomia tributária e poderá afetar empregos e fechar lojas.
Queda nas ações das varejistas
Os analistas de bancos internacionais “precificaram” a nova medida, avaliando o impacto que a isenção do imposto de importação vai causar nos papéis das varejistas brasileiras.
Em dois dias, analistas do Bank of America (BofA) e do Citi destacaram os efeitos negativos da isenção em seus relatórios, especialmente para as redes de vestuário, em disputa por mercado com a Shein.
Ações de C&A, Renner e Riachuelo caíram entre 3% e 8% nesta semana. Desde o dia 30 de junho, quando o Ministério da Fazenda informou sobre a portaria, o Magazine Luiza também perdeu valor.
Na segunda-feira 10, o BofA rebaixou o Mercado Livre, o Magazine Luiza e a Multilaser para “manutenção” do papel e cortou em 70% o preço-alvo da Marisa. “Veremos uma pressão competitiva contínua para os players de fast fashion, especialmente Renner e C&A. Isso porque a principal plataforma estrangeira — ou seja, a plataforma de moda Shein – vem conquistando imenso reconhecimento nos últimos dois anos”, escreveu o Citi.
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